Ontem (5), em uma live em seu instagram, o professor Thomas Giulliano se emocionou ao contar que amigos próximos perderam tudo nas enchentes. Destacou que se sentia grato e que tudo o que está acontecendo o tem ensinado sobre o que realmente importa na vida.
Conhecido pelos seus cursos de história do Brasil, Thomas Giulliano tem mais de 135 mil seguidores no instagram e milhares de alunos espalhados pelo Brasil.
Natural de Porto Alegre, vive em Garibaldi, cidade a 110 km da capital gaúcha. É casado e tem duas filhas de 4 e 2 anos.
Sensibilizado pela situação de pessoas da cidade em que vive, Giulliano decidiu disponibilizar seu pix pessoal para arrecadar fundos para ajudar as pessoas. Contou que se revoltou contra a demora do poder público em socorrer os moradores de Garibaldi e decidiu se movimentar.
A ideia inicial era arrecadar cerca de R$20.000,00 em sete dias para dar assistência a desabrigados e desalojados. O tímido movimento iniciado na sexta-feira atingiu a meta já no primeiro dia de arrecadações.
Hoje, segunda-feira dia 06 de maio, R$1.000.000 já foram arrecadados. A informação foi divulgada pelo próprio professor em seu instagram.
Em entrevista ao Portal Brasil Paralelo, Giulliano comentou sobre tudo o que tem vivido nos últimos dias e os desafios para ajudar os que precisam.
Qual era o objetivo de arrecadar dinheiro?
Disponibilizei o meu PIX com a ideia de arrecadar uns R$20.000,00. A ideia era fazer uma ação direto em Garibaldi, onde moro. Se comparado com outros locais como Canoas, fomos menos atingidos. Mas senti que precisava ajudar de alguma forma.
Só que a arrecadação cresceu de uma forma que eu não imaginava. Já no sábado, 4 de maio, chegamos a R$100.000 em doações. Decidi então que poderia ajudar mais gente. Tenho reunido pessoas de confiança para me ajudar nisso. E tem sido difícil essa missão. Acreditem, tem gente roubando quem se dispõe a ajudar.
Tem algo em especial que te tocou ao fazer esse trabalho?
Quero destacar uma mensagem que recebi. Tocou a minha alma.
Era uma pessoa que perdeu tudo e que inclusive nós já ajudamos. Separou um valor pequeno e simbólico fez uma transferência. Pense: ela perdeu tudo, mas dividiu o pouco que tinha. E ela mesma já não tinha nada. Ela escreveu: “Tá aqui Thomas.”
Tem havido dificuldades operacionais?
Sim. Sou natural de Porto Alegre onde morei até 2020. Hoje moramos em Garibaldi, há 110 km de Porto Alegre. É uma cidade que no sentido operacional não me dá condições de comprar tudo que me sugerem.
Para se ter uma ideia, sugeriram que eu alugasse um helicóptero ou comprasse drones para ajudar. Infelizmente, aqui em Garibaldi não tenho toda essa estrutura. Tenho feito o que consigo e por enquanto apenas com um grupo de alunos e pessoas de confiança.
Hoje chegou aqui em Garibaldi um aluno meu do grupo de estudos. Ele tem um carro de bom porte e vai conseguir chegar aqui. Com isso vamos aumentar o alcance da nossa ajuda.
Vamos conseguir, por exemplo, amparar a cidade de Bento Gonçalves. Hoje lidero 10 forças de atuação em 10 pontos diferentes.
Ontem a noite, você decidiu abrir uma live para falar com seus seguidores. Por quê?
Há um desconhecimento geral sobre a situação no Rio Grande do Sul, seja por não conhecer a região, seja pela falta de cobertura da grande mídia. Eu precisava falar com as pessoas, com o coração. Queria que entendessem a gravidade do que está acontecendo .
Outro ponto foi expor as dificuldades que comentei acima. Todos queremos ajudar e estamos fazendo o máximo. Porém, quem doou tem o direito de saber, por exemplo, porque as sugestões de comprar um drone ou alugar helicóptero não foram atendidas.
Para encerrar, o que você tira de lição de tudo isso para a sua vida?
Ontem na live, eu me emocionei porque vi que dou valor a coisas que não valem tanto. O que é uma casa, um carro ou um livro perto da vida de um filho? Tudo isso me ensinou o que verdadeiramente importa. Tenho um amigo que frequenta a minha casa que perdeu toda a sua biblioteca. Eu lamentei por ele. E depois fiquei mal comigo. O que é uma biblioteca perto de perder um filho. O que são bens perto de uma vida? Isso me doeu, mas também me ensinou.
A ação de arrecadação de fundos continua?
Continua sim. Se alguém quiser nos ajudar o PIX é thomas.giulliano@gmail.com . Estou mostrando tudo na minha conta do Instagram, inclusive recibos de compra. Prestarei contas de como tudo foi gasto.
Mantendo a transparência que prometeu desde o início, Thomas Giulliano a todo tempo divulga o destino da verba que recebeu. Hoje pela tarde postou em seus stories a nota fiscal da compra de medicamentos e itens como lâmpadas e velas.
Até mesmo manter a vaidade das crianças foi uma preocupação. Em um dos posts mostrou a nota de compra de presilhas de cabelo infantis. Produtos como escadas, pilhas e baterias portáteis também foram adquiridos.
Tudo está sendo distribuído conforme a necessidade de cada centro de apoio.
Influencers como Giovanna Mel, professora de oratória, divulgaram a iniciativa. Em seu perfil no instagram, Mel exaltou a atitude do professor. Ela é casada com um médico que está na linha de frente ajudando a socorrer as vítimas.
“Eu resolvi gravar esse vídeo para agradecer a você que trabalha com a internet que parou seu trabalho para nos ajudar. Nossa voz é que está ajudando as pessoas. Muito obrigada a você que está ajudando! Isso não vai acabar em uma semana, precisaremos de ajuda nos próximos meses para reerguer o estado. E se você não tem como ajudar financeiramente, ore. A oração é potente” - disse no vídeo.
A jornalista Mariana Brito também postou a trincheira de Thomas Giulliano em seus stories. Disse a seus seguidores que o professor era uma pessoa de sua confiança e que já tinha ajudado também.
Logo que começou a campanha o professor deixou claro que todos os posts feitos em prol da ação serão posteriormente apagados. A intenção das publicações é apenas angariar fundos e prestar contas a quem doou.
Porém, o que mais chama a atenção é a forma como Thomas se refere a si mesmo ao falar de tudo. Diz claramente que apenas não quer ser o sujeito que diante do extremo banaliza o mal. Senso de dever de quem entendeu o que realmente importa na vida.
Por quem os sinos dobram? Faz referência a uma frase de um poema de John Donne que diz: “A morte de qualquer homem me diminui, porque sou parte do gênero humano. Por isso não pergunte por quem os sinos dobram; eles dobram por ti.”.
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