A realização do aborto pode deixar sequelas profundas em uma mulher. Além do risco de problemas físicas que um procedimento invasivo pode causar, o aborto pode levar a uma série de problemas psicológicos.
Um artigo publicado na Revista Britânica de Psiquiatria verificou que há um aumento de 81% no risco de problemas mentais em mulheres que realizaram abortos. O estudo revisou 22 pesquisas sobre as consequencias psicológicas da prática.
Entre os pontos levantados se destacam:
Reviver o trauma, evitar certas situações, ter humor negativo e ficar constantemente alerta são aguns dos sintomas vividos por mulheres que desenvolvem os traumas.
O transtorno psicológico atinge pessoas que passam por eventos extremos, como desastres naturais ou situações de violência. O aborto é outra das principais causas para o desenvolvimento desses traumas.
Uma força tarefa organizada pela American Psychological Association (APA) divulgou em 2008 um levantamento sobre o as consequências de um aborto para a saúde mental.
Foram identificadas mulheres que começaram a sofrer de TEPT após o procedimento, entretanto o relatório final da pesquisa minimizou o número de ocorrências.
A dra. Martha Shuping é uma uma referência internacional em pesquisas sobre transtornos psicológicos pós-abortos.
Formada pela Wake Forest University School of Medicine (1984) e pela Harvard Medical School 's Global Clinical Scholars Program, a médica tem mais de 30 anos de atuação na área e participação em diversos livros e artigos sobre o tema.
Shuping revisitou os dados apresentados pela força-tarefa da APA em seu artigo intitulado Transtorno de estresse pós-traumático e sofrimento após o aborto.
A médica percebeu que havia uma série de pontos que poderiam contradizer os dados apresentados pela Associação.
Um importante ponto levantado pela psiquiatra foi a exclusão uma grande parte das mulheres que realizam abortos nos Estados Unidos nos dados divulgados pela APA:
“Contudo, essa conclusão aplica-se apenas às mulheres que pertencem aos seguintes subgrupos, cumulativamente:
Assim, a conclusão de tal estudo aplica-se apenas a uma minoria das mulheres que passam por um aborto. Mais da metade dos abortos nos Estados Unidos são excluídos.”
Para a realização de uma pesquisa como a elaborada pela APA, é necessário que haja um grupo controle para a termos de comparação.
No relatório emitido pela Associação foram utilizados estudos baseados apenas mulheres que abortaram, sem a comparação com outras que não realizaram o procedimento.
Além disso, os casos observados por esses estudos se baseavam apenas em mulheres americanas, seria mais recomendável trazer amostras de outros países.
Com o objetivo de realizar a análise de forma comparativa e mais correta, o artigo da doutora Shupin utiliza uma pesquisa conduzida por um anestesista sulafricano que preparava os pacientes para a realização de procedimentos.
O levantamento concluiu que os casos de estresse pós-traumático foram similares ao comportamento apresentado nos EUA durante um certo tempo, porém o comportamento muda quando se leva em conta um período maior:
“A prevalência pontual basal de TEPT foi de 11,3%, o que é similar a amostras comunitárias dos EUA. A prevalência pontual em três meses após o aborto foi de 18,2%, o que os autores consideraram alta; essa pontuação foi maior do que os resultados vistos na pesquisa Rue et al., (2004), mas inferior a pontuação aferida na pesquisa de Engelhard et al. (2001).”
A médica também ressalta que a conclusão de que a maioria das mulheres não sofrem traumas por conta da realização de abortos não pode ser medida, já que a ausência de estress pós-traumático não significa que não existam consequências psicológicas:
“A quinta conclusão da Força-Tarefa APA, que inclui a ‘maioria’ das mulheres que não sofrem sintomas, não é capaz de ajudar a determinar se o aborto é ou não uma experiência traumática. Ao mesmo tempo, é amplamente aceito que o PTSD ocorre apenas em um percentual dos indivíduos expostos a qualquer trauma.”
Segundo a pesquisa da APA, as mulheres que buscam procedimentos do tipo procuram alívio das tensões causadas por uma gravides indesejada.
Ainda assim, a realização do aborto poderia resultar em estresse extra. O artigo de Schupin explica que o sentimento de alívio pode coexistir ou até mesmo dar lugar ao trauma e abalo psicológico:
“Diversos autores têm demonstrado que o sentimento de alívio pode ser seguido de (ou coexistir com) sintomas de trauma gerado pelo aborto (Curley e Johnston, 2013; Mufel et al., 2002; Speckhard e Mufel, 2003; Speckhard e Rue, 2012); ‘a existência de um alívio em curto prazo não nega a realidade dos sintomas de trauma em muitas mulheres.’”
A doutora também afirma que estudos mencionam um comportamento dissociativo próximo à data de realização do procedimento, o que acaba causando uma falsa sensação de alívio:
“Adicionalmente, alguns autores perceberam comportamentos de dissociação próximo da época do aborto, o que pode induzir a falsa sensação de alívio, estando associado com o aumento no risco de desenvolvimento subsequente de PTSD (Speckhard e Rue, 2012; Suliman, 2007).”
Os 30 anos de experiência prática da doutora também são uma importante fonte de credibilidade das informações sobre os efeitos práticos.
A psiquiatra afirma que a maior parte de suas pacientes contam ter pesadelos e flashbacks relacionados ao aborto:
“Em minha experiência clínica, as mulheres reclamam de pesadelos especificamente relacionados ao aborto, e não aos abusos sexuais anteriores. Flashbacks são desencadeados por lembranças do aborto, e não de traumas anteriores…”
Outro aspecto destacado é que os traumas estão diretamente relacionados à perda do bebê e ao entendimento de que se trata de um ser humano:
“Dentre todas as mulheres que eu tratei, a maioria, se não todas, relatou que o aspecto central de sua angústia era a perda do bebê no aborto. Existem certas mulheres que não pensam no feto como um filho, mas para as mulheres que apresentam quadros de estresse, frequentemente esta é a questão central.”
A doutora afirma que suas pacientes relatam que a maioria dos psicológos não consegue ajudar, já que desconsideram os impactos do aborto na saúde mental:
“Muitas das minhas pacientes declararam que haviam procurado tratamento psicológico antes, mas ele não lhes havia sido útil porque seus médicos e psicólogos não acreditavam que o aborto fosse a causa dos transtornos, e portanto os terapeutas não levaram em conta corretamente as preocupações apresentadas pelas pacientes.”
Por esse motivo, a Dra. Martha Shuping relata que as mulheres que conseguem aprender a lidar com seus traumas após o tratamento acabam se voluntariando para auxiliar outras mulheres na mesma situação.
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