A principal polêmica relacionada às Olimpíadas nesta quinta-feira, 1º de agosto, parece estar longe de terminar. Hoje, o Comitê Olímpico da Argélia reportou que a boxeadora argelina que venceu a luta contra a italiana Ângela Carini não é trans. A informação é da BBC Internacional.
A declaração acrescenta um importante elemento à polêmica da luta que envolveu Carini e uma opositora antiga, a argelina Irmane Khelif. Na competição de hoje, as duas lutaram por título na categoria feminino 66 kg. Elas protagonizaram uma disputa no ringue que durou apenas 46 segundos.
A italiana teria desistido, após receber um soco da argelina. Ao deixar da competição, ela teria dito:
"Eu entrei no ringue para lutar".
A atleta afirmou que o motivo da desistência teria sido o impacto do soco que levou no nariz:
"Eu não desisti, mas o soco doeu demais, então eu pensei: ‘Basta’!
Estou saindo de cabeça erguida. Quando sinto que algo não está certo, não é desistir, é ter a maturidade de parar", finalizou.
No momento da desistência, a atleta italiana ainda teria afirmado:
“Isto é injusto”, fazendo referência a uma suposta vantagem de Khelif, por contar com maior dosagem de hormônios masculinos no organismo.
Após a polêmica, vídeos da luta começaram a circular pela internet, fazendo menção ao suposto transgenerismo da atleta argelina.
Várias personalidades se manifestaram. A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni afirmou:
“Eu penso que, pelos níveis de testosterona presente no corpo da atleta argelina, essa não é uma competição justa. Atletas com características masculinas não devem ser admitidos em competições femininas para proteger os direitos dos competidores”, afirmou.
No Brasil, a jogadora de vôlei Ana Paula Henkel afirmou que “biologia humana não é questão de ‘direita’ e ‘esquerda. Ou você protege o esporte feminino, ou você coloca as mulheres em risco. Não há ‘meio-termo’.”.
Outro brasileiro que se manifestou foi o parlamentar Nikolas Ferreira. O deputado tradicionalmente se manifesta em oposição à inclusão de transgêneros nos esportes.
Ele postou um vídeo em que afirma:
“As mulheres estão perdendo espaço para homens que se sentem mulheres”.
O parlamentar se manifestou em concordância com a primeira-ministra italiana e afirmou também que uma situação assim “não é inclusão, isso é exclusão das mulheres biológicas”.
Diante desta série de manifestações, o Comitê Olímpico da Argélia enfatizou que sua atleta é uma mulher cis.
Segundo a BBC, Imane Khelif está sendo alvo de ataques sem embasamento. A instituição declarou que “sua atleta está sendo vítima de ataques infundados, especialmente quando ela se prepara para o auge da sua carreira nas Olimpíadas”. Eles teriam afirmado também que estão tomando todas as medidas necessárias para protegê-la.
Khelif teria comentado, inclusive, que quando era criança, seu pai não queria que ela competisse, pois acreditava que boxe não era para meninas.
É importante destacar que na Argélia existe a proibição da identidade transgênero. A nação não permite a mudança de gênero ou sexo em documentos de identidade, nem tratamentos médicos ou hormonais para a transição para outro sexo.
A pugilista argelina é uma das duas atletas que foram liberadas para competir no boxe feminino, apesar da reprovação nos testes hormonais. Ela foi desclassificada do Campeonato Mundial Feminino de 2023 por não passar em um teste que mensura o nível de testosterona relacionado ao desenvolvimento sexual (DSD). O teste foi conduzido pela International Box Association e avalia se algumas mulheres têm cromossomas X e Y e se têm níveis de testosterona no sangue semelhantes aos de um homem.
A instituição é alvo de suspeitas. Neste ano, o Comitê Olímpico Internacional (COI) excluiu a entidade dos jogos em Paris, após detectar falhas de transparência, integridade e governança da instituição.
A entidade é acusada de casos de corrupção que incluem divulgação de resultados equivocados.
Algumas publicações, como o site O Antagonista, referem-se à atleta como uma pessoal interssexual.
A reportagem do Brasil Paralelo procurou a assessoria de imprensa do Comitê Olímpico da Argélia e com embaixada da Argélia e, até o momento, não recebeu retorno.
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