A construção de uma nova mina no Amazonas está prestes a transformar o cenário do agronegócio no Brasil. Este projeto visa aumentar a independência do país em relação às importações de potássio.
Apenas a produção de grãos na região Centro Oeste do Brasil consome 5 milhões de toneladas do minério por ano.
A companhia de potássio canadense Brazil Potash Corp planeja começar a construção de uma grande mina desse minério no município de Autazes, a poucos quilômetros da selva amazônica.
A reserva possui aproximadamente 800 toneladas do minério, o que pode ser usado para substituir até 20% das importações do produto.
O Brasil é o maior consumidor de potássio do mundo e conta com uma das maiores reservas conhecidas. Apesar disso, o país importa mais de 97% do minério utilizado. O empresário responsável pela construção da mina, Stan Barthi, disse: responsável pela construção da mina
“Hoje o Brasil importa 97% de todo o potássio que usa de países como o Canadá e a Bielorrúsia,” disse Stan. “Para continuar alimentando o mundo, o País precisa mudar isso e reduzir essa dependência.”
Isso acontece por causa do alto custo para a extração do potássio. A empresa canadense planeja investir cerca de US$2,5 bilhões (equivalente a R$13,7 bilhões) na mina.
Stan Barthi já investiu US$250 milhões no projeto (equivalente a R$1,525 bilhão) em pesquisas geológicas na área.
No final do ano passado, a empresa abriu seu capital na bolsa de valores de Nova Iorque para levantar os recursos necessários para a construção da mina.
A construção está prevista para começar ainda este ano, mas o minério só começará a ser extraído em 2028 ou no início de 2029.
A expectativa é de que no primeiro ano de operação, a mina produza 2,4 milhões de toneladas.
O tempo de vida útil do empreendimento está previsto para ser de aproximadamente 23 anos.
O potássio é um nutriente essencial para as plantas e desempenha papeis importantes na agricultura, como por exemplo:
Esses benefícios ajudam no crescimento das plantas e no amadurecimento dos frutos gerados por ela.
A deficiência de potássio pode resultar em crescimento reduzido e folhas amareladas, além de diminuir a resistência a estresses ambientais.
Por isso, é importante adubar a terra com fertilizandtes que contém uma quantidade importante do mineral.
Os países que mais vendem potássio para o Brasil são: Canadá, Bielorússia e Rússia. Os três países juntos controlam quase 80% da produção mundial do produto.
Alemanha e Israel têm parcelas menores no mercado brasileiro, mas ainda assim são vendedores importantes.
Apenas 30% da rocha extraída, chamada de silvinita, é composta por cloreto de potássio, o restante é feito de cloreto de sódio, o sal de cozinha.
Os dois produtos são separados após um processo químico e devem atender mercados diferentes.
O potássio vai ser escoado diretamente para o agronegócio brasileiro, já o sal não será competitivo para o país e será vendido no Canadá.
A mente por trás do projeto era Stan Bharti, um renomado empresário indiano-canadense.
Com uma vasta experiência em mineração adquirida através de empreendimentos bem-sucedidos na África, Mongólia e Canadá, Bharti tornou-se reconhecido como um dos mais proeminentes operadores internacionais de minas.
Um dos seus maiores acertos foi a transformação da mina de ouro de Jacobina, localizada na Bahia. Em 2002, ele a adquiriu por um valor quase simbólico, realizou uma reestruturação completa e, posteriormente, a vendeu por mais de US$ 700 milhões (US$ 4,2 milhões):
“Apesar de muitos de vocês brasileiros discordarem de mim, eu acho que o Brasil é um país fantástico para se investir,” afirmou Stan em entrevista ao Brazil Journal.
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