“No começo dos tempos, você tem a água, que é como aquele vasto mar de possibilidades. Daí, o espírito desce e repousa sobre as águas, o que é uma recriação daquele estado inicial. Você pode pensar nisso como uma transformação neurofisiológica”.
Durante um episódio de seu programa, The Gospels, da plataforma Daily Wire +, ele explicou mais sobre a presença desse ritual na história da humanidade.
“É como uma grande renovação: a dissolução da antiga personalidade e o início do processo que traz ordem ao caos, gerando uma nova ordem. A ideia do batismo é incrivelmente antiga, essa ideia de iniciação tem dezenas de milhares de anos de história.”
Peterson enfatiza que, apesar de a ideia ser "nova" no contexto moderno, sua essência é profundamente enraizada na história humana. No entanto, o porquê de Jesus Cristo ter sido batizado o intriga.
Para ele, o fato de Jesus ser o filho de Deus o isentaria do batismo.
No episódio do dia 29 de dezembro, os convidados discutiram por que Jesus foi batizado mesmo sendo filho de Deus. Entre eles estava John Vervaeke, professor de psicologia, ciência cognitiva e psicologia budista na Universidade de Toronto que se considera gnóstico.
Jonathan Pageau, artista litúrgico e palestrante ortodoxo, explicou que Cristo precisou ser batizado para marcar o início de sua vida pública e de sua missão como filho de Deus encarnado homem.
Isso porque esse tipo de cerimônia era comum em várias culturas, especialmente entre os homens. Significava que agora eles poderiam ser ouvidos dentro da comunidade, tornando-se relevantes e independentes em suas opiniões.
“Essa cerimônia geralmente tem uma ligação simbólica com o conceito moderno de batismo nas tradições judaico-cristãs, e é vista como um passo importante para que eles possam alcançar sua plena individualidade”.
Contou também que durante a história bíblica, passar pelas águas foi um sinal de transformação. Isso acontece quando Noé entra na arca e o mundo é destruído pelo dilúvio e quando o povo de Israel atravessa o mar vermelho, por exemplo.
Peterson discordou, alegando que quando os israelitas saíram do Egito estavam apenas livres da opressão.
“Há um novo começo ali, mas isso não significa necessariamente que eles tenham sido purificados pelo caótico Mar Vermelho, mas sim que a tirania que os mantinha presos foi demolida pelo caos. Eles foram, de fato, "limpos" dos egípcios”.
O professor John Vervaeke também se mostrou cético. Ele argumenta que embora o batismo seja tradicionalmente visto como um rito de purificação e renovação, há quem questione se há uma inovação dentro dessa prática milenar.
“Como isso se relaciona com o perdão dos pecados?”
O bispo católico Emmet Barron explicou que o batismo ao qual Jesus se submeteu não é apenas um ritual de arrependimento. É um prenúncio do sacrifício de Cristo ao morrer.
"Nossos pecados são perdoados na cruz de Jesus".
Barron descreve que o batismo e a morte de Jesus se conectam quando o soldado perfurou seu lado para verificar se ele estava morto, fazendo jorrar sangue e água.
“É isso que a água batismal simboliza: a água que vem do ato redentor de Cristo na cruz. Eu junto todos esses temas”.
Argumenta que o fato do batismo de Jesus ter sido no deserto também simboliza o prenúncio da tentação no deserto. Segundo a Bíblia, Jesus foi tentado durante quarenta dias pelo diabo.
“O batismo de Jesus anuncia esses dois eventos: o retiro no deserto e o início do ministério”.
Essa imagem é interpretada pela Igreja Católica como uma conexão direta com o perdão divino.
Sua imersão nas “águas sagradas” representa o fim de um antigo mundo e o início de uma nova era para os seres humanos. Isso reforça sua missão de redenção e sua conexão com a humanidade.
Jonathan Pageau cita que esse processo começou ainda no ventre de Maria. Segundo ele:
“Maria é como as Águas Virgens, e o Espírito de Deus desce sobre ela, assim como no Gênesis, onde o espírito paira sobre as águas. Isso mostra a conexão entre seu batismo e seu nascimento, representando o fim de um mundo e o início de outro. Tudo isso é interligado de várias formas”.
Ao se permitir ser batizado, Jesus recapitula a criação, trazendo ordem ao caos e simbolizando a renovação espiritual.
O programa completo está disponível apenas para assinantes do streaming do Daily Wire.Veja abaixo um trecho do debate (em inglês).
Para quem deseja se aprofundar nesse episódio da vida de Jesus, a série The Chosen é uma opção interessante.
A produção não apenas retrata o episódio, mas também explora sua missão e as transformações que ele provocou após ele.
Disponível do catálogo da BP Select, plataforma de streaming da Brasil Paralelo, a The Chosen conta a vida de Jesus e seus apóstolos, trazendo à vida muitos dos conceitos discutidos por Peterson e seus convidados. Desbloqueie seu acesso imediatamente.
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