Raul Seixas foi tema do Google hoje, 23 de novembro. A empresa fez um Doodle, um desenho pequeno e divertido que ilustra a página de buscas, em homenagem a ele.
Alguns acham que se trata do aniversário da estrela do rock brasileiro, entretanto, ele nasceu em 28 de junho de 1945. Teria completado 79 anos se estivesse vivo.
Dois dias antes, lançaram um último álbum intitulado “A Panela do Diabo”.
Em 2015, uma de suas ex-esposas revelou que o ex-marido não negava Deus, mas pedia provas de sua existência.
O casal se conheceu em 1977, quando Ângela (Kika) Seixas trabalhava na Warner Music. Em um canal do Youtube dedicado ao ex-marido, ela contou que os dois se cruzaram nas escadas da gravadora.
Ao sair, ele lhe pediu uma carona, falando em inglês. No dia seguinte, ligou para o trabalho dela e a convidou para jantar. Em seu canal do Youtube, disse:
“Ele ficou mais me ouvindo do que falando dele. Estava curioso para saber quem era aquela Kika”.
Começou aí uma relação que durou até 1985. Kika foi a terceira esposa de Raul e teve uma filha com ele. Vivian Seixas tem hoje 42 anos e trabalha como DJ.
Raul também foi casado com:
Trinta e cinco anos após sua morte, seu legado permanece da forma descrita na canção-testamento Geração Luz. Tal qual seus versos, o baiano ultrapassou a barreira do som ao conhecer Elvis Presley.
Tudo começou em 1957, quando sua família se tornou vizinha do Consulado Americano em Salvador. Lá, Raul teve seu primeiro contato com o “Rei do Rock” e aprendeu a falar inglês.
Ainda garoto, Raul Seixas tornou-se fã de carteirinha de Presley. A paixão era tanta que, em seu leito de morte, seus familiares acharam uma foto do cantor americano.
De acordo com a revista Super Interessante, o primeiro fã-clube brasileiro do astro foi fundado por Raul.
O brasileiro não teve dúvidas e decidiu seguir os passos do ídolo. Sem muito talento para os estudos formais, foi reprovado na 2ª série (atual 3º ano do ensino fundamental) três vezes.
De acordo com o especial Por Toda Minha Vida, da Rede Globo, o jovem Raul falsificava a caderneta de presença escolar e faltava a aula para ouvir rock.
Seu irmão, Plínio, contou que os dois costumavam falsificar a assinatura dos pais para não ir à escola. Em vez disso, passavam os dias ouvindo rock: Eles conseguiram um carimbo e o utilizavam para disfarçar as faltas:
“Lá em casa, a gente colocava que estávamos presentes”.
A mãe só descobriu a fraude quando foi tentar renovar a matrícula da escola.
Seu irmão, Plínio, revelou em entrevista que, sabendo que seriam punidos, os dois irmãos vestiram várias camadas de roupas antes de enfrentar a fúria do pai.
Essa estratégia visava amortecer o impacto dos tapas que receberiam, minimizando assim a dor da punição. A situação gerou uma crise de risos do pai, que simulou bater nos filhos para não contrariar a esposa, favorável à punição.
Ainda na adolescência, fundou as bandas Relâmpagos do Rock, The Panthers, e por fim, Raulzito e os Panteras. Por causa da paixão pela música, abandonou a chance de cursar Direito, Psicologia e Filosofia, cursos para os quais havia sido aprovado.
Em 1967, a banda lançou uma versão em português de “Lucy In The Sky With Diamonds”. Ela virou “Você Ainda Pode Sonhar”.
Já casado com Edith, mudou-se para o Rio de Janeiro em busca de seu sonho. A fama veio em 1969 por meio do cantor Jerry Adriani, que gravou a música “Tudo Que É Bom Dura Pouco”, escrita por ele.
Mas o sucesso que o fez ser conhecido por todo o país foi “Ouro de Tolo”. A música criticava o aparente conformismo da sociedade brasileira com a ditadura militar.
A partir daí, começou sua trajetória rumo ao estrelato. Seu primeiro, disco Krig-Ha, Bandolo foi lançado em 1973, tendo canções escritas em parceria com Paulo Coelho.
Entre as canções estava a famosa Mosca na Sopa, uma crítica ao regime militar.
No ano passado, um documento liberado pela Comissão da Verdade mostra que os censores chamaram a música de “estupidez de mal gosto”.
O disco foi um sucesso estrondoso, superando as 100 mil cópias vendidas. No entanto, uma mensagem subliminar de oposição ao governo os levou à prisão.
De acordo com o Globo, Raul, Paulo e Adalgisa Magalhães, namorada do hoje escritor, foram presos em 27 de maio de 1974, e levados ao Departamento de Ordem Política e Social (DOPS) para explicar o título do disco.
Os censores apontaram o grito “Cuidado com o inimigo” como sendo um recado às autoridades.
Raul ficou preso 30 minutos após o depoimento. Já o casal ficou preso até o dia seguinte.
Tempos depois, o cantor foi enviado para os EUA, terra natal de sua esposa. Durante o exílio, relatou ter encontrado artistas como o ex-beatle John Lennon.
Eles teriam conversado durante horas sobre grandes figuras da humanidade, como Jesus Cristo, Albert Einstein e Calígula.
No ano seguinte, conseguiu retornar ao Brasil e lançou a música Tente Outra Vez, uma de suas canções mais famosas.
Raul Seixas pagou um preço alto pelo estilo de vida desregrado. Debilitado, separado de suas esposas e bem longe da fama da década anterior, ele foi morar em São Paulo.
Em 1989, ele havia adquirido diabetes e se tornado alcoólatra. Na véspera de sua morte, esqueceu de tomar insulina.
Isso, somado a uma crise de pancreatite aguda, causou uma parada cardíaca fulminante. Raul foi encontrado morto em cima de sua cama por volta das 8h da manhã de 21 de agosto de 2009. Tinha 44 anos.
Foi enterrado no cemitério Jardim da Saudade, em Salvador, Bahia. Deixou o irmão Plínio, as filhas Simone, Scarlet e Vivian e um legado que até hoje arrasta milhares de pessoas em todo o Brasil.
Ao todo, gravou 17 discos durante 27 anos de carreira. Para os fãs, até hoje resta pedir: “Toca Raul”.
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