O ministro da Economia anunciou ontem o aguardado pacote de gastos do governo. Uma das medidas era inesperada: a isenção de cobrança de impostos de quem recebe até R$5.000 reais por mês. Atualmente, quem recebe até R$2.259,00 mensais não precisa pagar Imposto de Renda no Brasil. Ao fazer o anúncio, Lula cumpre uma promessa de campanha.
O discurso do ministro fez com que o dólar atingisse seu patamar mais alto desde sua criação, em 1994.
No mesmo dia em que Haddad anunciou um pacote de medidas para gastar menos, também declarou que irá perder uma importante fonte de receita. A nova medida poderá impactar cerca de 78% dos brasileiros, cujo salário vai até R$5.000 mensais, gerando uma queda de receita de R$36 bilhões por ano.
Em seu discurso, Haddad afirmou que a medida não irá impactar o equilíbrio fiscal do Brasil. Anunciou também que intenciona alterar o regime de cobrança de impostos de quem ganha acima de R$50 mil reais, o que ajudará a compensar a queda de receita do aumento da faixa de isenção.
A economista Renata Barreto, em suas redes sociais, criticou o fato. Na análise dela, a fala do ministro não apresentou o detalhamento necessário dessa cobrança.
Em seu discurso, Haddad afirmou que a medida não irá impactar o equilíbrio fiscal do Brasil:
"Não queremos confundir o tema reforma tributária com o tema de medidas que visam a reforçar o arcabouço fiscal".
No entanto, para o mercado, é difícil separar as duas coisas. Eduardo Coutinho, analista da Ebury Bank, afirmou que “é difícil interpretar o anúncio de outra forma que não como uma tentativa de recuperar o apoio popular após a notável perda de fôlego da esquerda, resultante das eleições municipais e da vitória de Donald Trump nos Estados Unidos. A inclusão de medidas ambíguas é sinal do que podemos esperar nos próximos dois anos: um governo que faz o possível para atingir o mínimo resultado econômico aceitável e garantir o apoio popular."
Renata Barreto esclareceu em sua rede sociais que o dólar está “estressado no mesmo nível que estava na pandemia” devido a uma crise de confiança gerada pelo governo.
“O resultado nas contas públicas de maio foi de R$61 bilhões. Só perde para o período de pandemia. A gastança desenfreada continua de um jeito muito preocupante. O governo não mostrou nenhuma capacidade ou vontade de fazer o corte de gastos pelo lado do corte de gastos, só do aumento de receitas.”
Renata acredita que as declarações do ministro contribuíram para que o mercado perdesse a confiança.
Rafaela Vitória, economista-chefe da área de Research do Banco Inter, concorda com Barreto em relação à falta de capacidade do governo de rever gastos. Também analisa como baixo o impacto do pacote de corte de gastos no Orçamento Público. Por outro lado, acredita que as medidas são adequadas:
“As medidas vão na direção correta ao limitar o crescimento dos gastos, mas o pacote fiscal anunciado é pequeno. Um corte de R$30 bilhões em 2025 representa cerca de 1,2% do Orçamento do ano e a execução ainda depende de aprovação das medidas no Congresso. Além disso, a demora para um anúncio tímido e de baixo impacto mostra a dificuldade política do governo em rever gastos”.
O pacote inclui outras medidas, como o Benefício de Prestação Continuada (BPC) e o abono salarial, além de ajustes no sistema de proteção social das Forças Armadas e no piso constitucional da educação.
O valor de R$6,00 foi o mais alto atingido desde que o real foi criado, em 1994. É ainda mais alto do que os R$5,9007 registrados em 13 de maio de 2020, período inicial da pandemia Covid-19.
Ontem, o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores (B3), terminou o dia em baixa de 1,46%, com 128.030 pontos.
A atual desvalorização anual do real é de 16,8% no ano, a segunda mais alta na América Latina, perdendo apenas para o peso argentino, conforme revela a Quantum Finance.
Além do dólar, as taxas de juros futuros também subiram: o DI para janeiro de 2026 aumentou de 13,28% para 13,53%; para janeiro de 2027, de 13,335% para 13,64%; e para janeiro de 2029, de 13,08% para 13,475%.
A pasta de Fernando Haddad estava sendo pressionada para equilibrar as contas públicas. Há vários meses o mercado reagia de modo negativo a uma série de cobranças extraordinárias que vinham sendo realizadas.
Na coletiva, Haddad disse que a reforma sobre o IR tem o objetivo de garantir a neutralidade fiscal e garantir a “justiça tributária”.
Enfatizou também que, caso a proposta seja aprovada pelo Congresso em 2025, ela passará a valer a partir de 1º de janeiro de 2026.
A coletiva realizada hoje, encerra uma “queda de braço” entre alas do governo que são mais favoráveis ao desenvolvimento ou ao equilíbrio fiscal.
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