Em sua campanha para as eleições presidenciais de 2016 e durante a busca para a reeleição em 2020, Donald Trump não deu tanta ênfase ao combate à ideologia de gênero como foi com outras pautas.
Com a corrida eleitoral de 2024, a questão tem se tornado cada vez mais importante para a retórica dos republicanos e do candidato.
O partido de Trump tem associado a imagem de Kamala Harris à agenda trans.
No anúncio de televisão mais veiculado pela campanha de Trump, Kamala é acusada de apoiar cirurgias de transição de gênero financiadas com recurso público para presidiários e imigrantes ilegais:
O narrador da propaganda de campanha chega a lançar o bordão “Kamala para Ile/Dile, e Trump para você”, o que significa “Kamala para eles/elas e Trump para você”.
Membros do Partido Republicano têm seguido as tendências de Trump, apresentando ao público as consequências de iniciar o processo de transção de gênero em menores de idade.
Muitos das mensagens relembram que medicamentos e procedimentos adotados para a realizaçao do processo de transição podem causar danos severos e irreversíeis.
Segundo o jornal americano Daily Wire, as medidas restritivas aplicadas durante a pandemia de Covid-19 levaram muitos pais a ter contato direto com o que seus filhos apendiam em sala de aula.
Então, os familiares descobriram que as escolas públicas do país ensinavam questões raciais e de gênero a seus alunos. A partir disso, foi criado um movimento contrário a essas discussões entre crianças e adolescentes.
No ano seguinte, o congressista Jim Banks divulgou um memorando que afirmava que o Partido Republicano deveria abraçar a pauta e apoiar os movimentos de pais em ascensão no país:
“Como conservadores da Câmara, devemos enviar um sinal a esses pais preocupados: Estamos do lado de vocês."
A pauta se tornou ainda mais importante no final daquele ano, quando o Daily Wire expôs que uma escola tentava abafar um caso de violência sexual cometido por um menino trans contra uma garota.
Na ocasião, o colégio tentava implementar banheiros unissex dentro de suas instalações para favorecer alunos trans.
Candidatos republicanos, como Glenn Youngkin na Virgínia, apoiaram as reivindidações dos pais no pisódio e se colocaram como opositores à pauta trans, alcançando votações expressivas.
Em entrevista ao Daily Wire, um membro sênior da campanha de Trump comentou que a visão do eleitorado sobre o assunto mudou muito conforme a agenda trans começou a incluir menores de idade:
"A visão de muitas pessoas sobre a questão trans começou a mudar no momento em que as crianças foram envolvidas. Há uma grande diferença entre o que um adulto de 25 anos faz versus o que uma criança de 13 anos pode fazer."
O acessor também comentou que os eleitores republicanos não se interessam sobre a vida privada de adultos, mas não querem menores passando por procedimentos invasivos:
"Os republicanos são bastante adeptos do 'viva e deixe viver' quando se trata de como os adultos querem viver suas vidas, mas traçam uma linha quando se trata de medicamentos ou procedimentos experimentais em crianças, que ainda não podem tomar essas decisões de forma coerente, porque seus cérebros nem sequer estão completamente desenvolvidos."
A entrada de transexuais em esportes femininos também aumentou a preocupação dos eleitores americanos sobre os avanços dessa pauta.
Muitos eleitores e ativistas acreditam que autorizar homens biológicos a participar de competições femininas como se estivessem em pé de igualdade reduz o espaço das mulheres.
O próprio Trump chegou a comentar em 2020 que a questão o preocupa pessoalmente:
"Como pai de duas filhas, que são atletas excepcionais, percebi imediatamente que homens biológicos competindo em esportes femininos não era sobre ser inclusivo, era sobre ser invasivo."
Essa visão possibilitou que o candidato conquistasse o apoio de figuras importantes nessa discussão, como Riley Gaines.
A atleta perdeu uma competição de natação da Associação Atlética Universitária Nacional (NCAA) para Lia Thomas.
A polêmica vem do fato de Lia ter nascido como um homem chamado de Will e ter passado pela transição de gênero aos 21 anos de idade.
Antes de passar por esse processo, o jovem não havia conseguido sucesso como atleta, mas se tornou um destaque após ingressar em competições femininas.
O episódio fez com que Riley Gaines ganhasse notoriedade e viajasse o país inteiro defendendo os direitos das mulheres nos esportes.
A jovem declarou apoio à campanha de Donald Trump em agosto deste ano apenas pelo candidato ter prometido defender os esportes femininos da agenda trans.
Durante um discurso feito pela atleta em um comício do Partido Republicano no estado do Arizona, Gaines comentou:
“Alguns dizem que estão votando em Kamala Harris porque ela é mulher. Eu estou votando em Donald J. Trump porque eu sou mulher.”
Inicialmente, muitos republicanos evitavam abordar esse tema para não parecerem transfóbicos.Nesse período, políticos evitavam se opor ao movimento LGBT.
Durante a presidência de Trump, ações iniciais como a diretiva de 2017, que proibia pessoas trans de entrarem no exército, evidenciaram dificuldades em mobilizar agências federais em questões culturais.
Organizações conservadoras, como a Concerned Women for America (CWA), alertaram sobre questões de gênero e fizeram lobby junto a agências federais para proteger os espaços femininos.
A administração Trump enfrentou desafios, como a falta de conscientização sobre a gravidade da situação e a resistência inicial em abordar questões de gênero em espaços femininos. Enquanto isso, os Democratas se mobilizaram, propondo o Equality Act (Lei da Igualdade).
A ideologia de gênero é uma das questões constantemente debatida globalmente e na sociedade brasileira não é diferente.
A Brasil Paralelo investigou a questão para o documentário original Geração sem Gênero, o segundo episódio da minissérie As Grandes Minorias.
Assista ao filme completo abaixo:
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