A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), divulgou em Paris os resultados do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa) de 2022 nesta terça-feira (5). O exame avalia estudantes de 15 anos matriculados na escola, com questões de múltipla escolha e discursivas de Matemática, Leitura e Ciências em 81 países.
Para a OCDE, a queda do desempenho educacional global vai além da pandemia:
“A Covid pareceria ser um fator óbvio. No entanto, observe os dados mais de perto. A análise das tendências dos resultados do Pisa antes de 2018 revela que o desempenho em Leitura e Ciências começou a diminuir muito antes da pandemia. Nessas disciplinas, o desempenho atingiu o pico em 2012 e 2009, respectivamente, antes de cair. Isto indica que questões de longo prazo também estão em jogo”.
O desempenho dos estudantes brasileiros piorou em todas as três áreas do conhecimento avaliadas. Com o resultado, o país ficou:
Com o resultado, o Brasil ocupa as piores colocações nas três áreas do conhecimento avaliadas pelo programa. Ao todo, mais de 14 mil estudantes de 420 municípios brasileiros fizeram os exames.
Segundo o relatório da OCDE, o Brasil seguiu a tendência dos demais países, embora tenha tido perdas menos acentuadas que a média dos países-membros.
“Além das notas médias em cada área do conhecimento, o Pisa classifica os estudantes em diferentes níveis de proficiência. No exame de 2022, a nota média dos jovens nos países da Organização para Cooperação e Desenvolvimento (OCDE) retrocedeu 15 pontos em Matemática (o equivalente a 75% de um ano letivo) e 11 pontos em Leitura (55% de um ano letivo) em relação à última edição, em 2018” afirmou Guilherme Lichand, em sua coluna no Estadão.
Guilherme Lichand é professor de Educação da Universidade Stanford (EUA). Tem PhD em Economia Política e Governo pela Universidade de Harvard.
A área de conhecimento com maior regressão foi a matemática, cuja nota brasileira caiu de 384 para 379, entre 2018 e 2022.
Em leitura, o Brasil registrou queda de 413 pontos, em 2018, para 410, em 2022. Em ciências, a nota passou de 404 para 403 no período.
“O Brasil teve desempenho tão ruim nessa avaliação ao longo da última década que não havia muito espaço para piorar. Em 2012, quase 70% dos nossos estudantes de 15 anos não atingiam o nível básico de proficiência em Matemática – isto é, não eram capazes de interpretar ou reconhecer, sem instruções diretas, como uma situação simples pode ser representada matematicamente (como, por exemplo, comparar distâncias entre rotas alternativas, ou converter preços de dólares para reais).” conclui Lichand.
O problema não se restringe aos alunos de escola pública, ou mais especificamente aos alunos de baixa renda. Segundo apuração da BBC Brasil, até alunos mais ricos no Brasil estão abaixo da média em matemática.
Os dados mostram que os países que passaram menos tempo com escolas fechadas conseguiram manter ou melhorar os resultados após a pandemia.
Dos alunos avaliados pelo Pisa de 2022, 51% enfrentaram mais de três meses com as escolas fechadas na pandemia. No Brasil, o índice passa de 74%.
O país mais bem colocado no Pisa 2022 foi Singapura, com 575, 543 e 561 pontos em matemática, leitura e ciência, respectivamente.
Na América do Sul, os estudantes chilenos mantiveram o melhor desempenho, com 412 pontos em matemática, 448 em leitura e 444 em ciências.
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