O debate entre os presidenciáveis norte-americanos tem sido o grande tema de mobilização da opinião pública nos últimos dois dias. O evento, realizado ontem (27/6) pela CNN, foi crucial para revelar o tom da campanha eleitoral deste ano. Há uma opinião majoritária de que Donald Trump teve o melhor desempenho neste primeiro enfrentamento.
Especialistas acreditam que tanto os lapsos de memória quanto a postura de Joe Biden transmitiram uma imagem de fragilidade para governar os Estados Unidos por mais quatro anos. Veículos de mídia internacional de grande credibilidade classificaram a performance do democrata como fraca.
Stephen Collinson, jornalista sênior de política da CNN, afirmou que: “Biden produziu o desempenho mais fraco desde que John F. Kennedy e Richard Nixon começaram a tradição dos debates televisionados em 1960”. O jornalista ainda pontuou que o presidente fez o oposto de atingir seu principal objetivo, que era convencer os eleitores indecisos de que ele terá condição de presidir o país pelos próximos quatro anos.
“Biden entrou no debate enfrentando um teste sombrio — provar à maioria dos americanos que acreditam que ele é muito velho para servir. Provar que ele é vital, enérgico e capaz de cumprir suas funções em um segundo mandato que terminaria quando ele tivesse 86 anos. Em vez disso, o presidente acabou validando esses medos e potencialmente convencendo muitos mais eleitores de que suas faculdades mentais se deterioraram”.
O The Economist confirmou a informação. Em texto publicado nas redes sociais, os veículos afirmaram que a missão de Joe Biden no debate presidencial realizado em Atlanta era clara: provar que seus críticos estavam errados.
“O democrata deveria mostrar que estava mentalmente apto e, assim, reverter o déficit nas pesquisas que faz de Donald Trump o favorito para vencer a eleição em novembro. Infelizmente, seu desempenho foi um desastre absoluto, talvez o pior de qualquer eleição presidencial", afirmava o texto.
O analista Thomas Friedman, do The New York Times, afirmou que Biden deveria colocar o país acima de si e desistir de concorrer. Segundo ele, essa seria a única forma de vencer a ameaça Donald Trump: “Joe Biden, um homem e um bom presidente, não tem condições de concorrer à reeleição”, afirmou em seu texto.
A avaliação negativa do debate ontem, na CNN, faz o Partido Democrata pensar em substituir a candidatura do atual presidente. Alguns especialistas acreditam que ele não será o escohido na próxima convenção, que está marcada para julho de 2024. O Comitê Nacional Democrata iria antecipar a nomeação do atual presidente, antes da convenção em Chicago. Caso o partido decida desistir de lançar o atual presidente candidato, há alguns nomes que poderiam substituí-lo.
A vice-presidente Kamala Harris seria a principal herdeira política de Biden. Nos bastidores, há ainda três candidatos possíveis: o governador da Califórnia, Gavin Newsom, o governador de Illinois, J.B. Pritzker, e a governadora do Michigan, Gretchen Whitmer. Todos eles são apoiadores de Biden.
Um dos temas mais comentados foram os lapsos de memória do atual presidente, que confundiu números, palavras e chegou a ficar paralisado durante um período.
O primeiro episódio ocorreu quando o democrata contestava a afirmação de Trump sobre indicadores negativos de criação de postos de trabalho: “Criamos 15 mil novos empregos”, afirmou, provavelmente querendo dizer “15 milhões de empregos”.
Biden teve dificuldade para responder uma indagação de Trump sobre o sistema de saúde norte-americano. O episódio ocorreu quando afirmava que as políticas fiscais de Donald Trump favoreceram as classes mais altas, privando o governo de receber recursos que poderiam ser investidos no aprimoramento do sistema de saúde norte-americano.
O presidente afirmou: “Podemos garantir que tudo o que precisamos fazer, as creches, o sistema de cuidados com idosos, a garantia de continuaremos fortalecendo a nosso sistema de saúde, garantindo que sejamos capazes de tornar todas as pessoas elegíveis para que eu possa fazer com... Covid, me desculpem, lidando com tudo o que temos de fazer com....”. Então, o democrata permaneceu paralisado por alguns instantes. Ao retomar a fala, Biden se confundiu e respondeu: “Nós vencemos o Medicare”.
Donald Trump imediatamente afirmou: “Ele venceu o Medicare. Ele bateu até a morte. Ele destruiu o sistema de saúde”. As confusões no discurso geraram uma preocupação no eleitorado e na cúpula do partido.
Com dois candidatos mais idosos da história política dos Estados Unidos, o eleitorado tinha uma preocupação com a condição física de ambos para conduzir a administração do país pelos próximos quatro anos. Atualmente, Donald Trump tem 78 anos; Joe Biden 81.
Trump chegou a desafiar o democrata: “Eu fiz dois testes cognitivos. Gostaria que ele fizesse pelo menos um”, afirmou em resposta à jornalista Kaitlan Collins, que conduziu o debate. O atual presidente afirmou que consegue jogar golfe. Não se manifestou sobre o teste cognitivo. Biden também ressaltou que, embora mais velho, é mais competente do que Trump.
O desempenho dos dois candidatos deixa claro que nesta fase de largada um dos dois políticos está em vantagem.
É evidente que o Partido Democrata enfrenta um dilema significativo. A avaliação negativa do presidente Biden intensifica a pressão para que ele seja substituído. No centro da discussão estão dois candidatos completamente diferentes, representando faixas etárias distintas das que os presidentes dos Estados Unidos costumam ter. Tudo indica que o próximo episódio da eleição norte-americana apresentará um dilema sem precedentes para o eleitor.
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