Em março deste ano, diversos nomes das principais indústrias de tecnologia do mundo assinaram uma carta aberta que pede uma pausa imediata de 6 meses no desenvolvimento de inteligências artificiais (IA) avançadas. Dois dos principais são:
Segundo eles:
"Os sistemas de IA com inteligência competitiva humana podem representar riscos profundos para a sociedade e a humanidade, conforme demonstrado por extensa pesquisa e reconhecido pelos principais laboratórios de IA.
Conforme declarado nos amplamente endossados Princípios de IA de Asilomar , a IA avançada pode representar uma mudança profunda na história da vida na Terra e deve ser planejada e gerenciada com cuidados e recursos proporcionais. Infelizmente, esse nível de planejamento e gerenciamento não está acontecendo" (trecho da carta publicada pelo Future of Life Institute).
Não só os especialistas que assinaram a carta se preocupam com as inteligências artificiais. 42% dos líderes de grandes empresas entrevistados pela Universidade de Yale acreditam que as IAs tem potencial para destruir a humanidade, noticiou a CNN:
Foram entrevistados CEOs de empresas como a Xerox, Zoom e outras companhias de tecnologia, além de outros CEOs de companhias como a Coca-Cola e Walmart.
Geoffrey Hinton é um psicólogo canadense responsável por muitos dos principais avanços das inteligências artificiais desenvolvidas pelo Google. Devido aos avanços tecnológicos que suas pesquisas trouxeram para o ramo, ele foi nomeado "padrinho da IA".
Em maio de 2023, Geoffrey abandonou seus trabalhos com o Google porque seu contrato não permitia que ele alertasse sobre os riscos da IA. Desde esse momento, Geoffrey realizou diversos pronunciamentos contra o desenvolvimento acelerado de IAs sem critérios seguros. Segundo ele:
“Para lidar com esse problema [Inteligências artificiais], não está nem um pouco claro o que você deve fazer”, disse em entrevista à Reuters.
Junto com Geoffrey, Sam Altman, CEO da OpenIA, também assinou a declaração aberta sobre os perigos de IA do Center for AI Safety, dizendo:
“Mitigar o risco de extinção da IA deve ser uma prioridade global junto a outros riscos em escala social, como pandemias e guerra nuclear”.
Em depoimento para o Senado dos Estados Unidos, Altman disse:
"Acho que se essa tecnologia der errado, pode ser dar muito errado. E queremos ser sinceros sobre isso.
Acho que a intervenção regulatória seria importante para mitigar os riscos de modelos cada vez mais poderosos”.
Em uma entrevista ao Times of India, Altman chegou a declarar:
“O que mais tira o meu sono é a ideia hipotética de que fizemos algo ruim quando lançamos o ChatGPT. Existe a hipótese de que nós, ao lançar o ChatGPT no mundo, atiramos a indústria num turbilhão e agora não tem mais volta.
É preciso termos um sistema para que possamos auditar as pessoas que estão fazendo isso e também ter testes de segurança suficientes antes de implantar uma plataforma e abrir o acesso às pessoas”.
Uma das principais preocupações dos especialistas é a difusão de desinformação a partir do uso de Inteligência Artificial, sobretudo dadas algumas falhas na interpretação e processamento de bancos de dados e respostas aos usuários fornecidas pelo Chat GPT e outros sistemas de inteligência artificial.
Nos Estados Unidos, por exemplo, um jovem de 29 anos ficou preso por cerca de 10 dias após a inteligência artificial ter errado no seu reconhecimento facial.
Pedro Domingos, professor da Escola de Ciência da Computação e Engenharia da Universidade de Washington, disse:
“Lembrete: a maioria dos pesquisadores de IA acha que a noção da IA acabar com a civilização humana é bobagem”.
Arvind Narayanan, cientista da computação da Universidade de Princeton, disse à BBC:
“A IA atual não é nem de longe capaz o suficiente para que esses riscos se materializem. Como resultado, ela desvia a atenção dos danos de curto prazo da IA”.
Quais danos a curto prazo? Diogo Cortiz, cientista cognitivo e professor da PUC/SP, chama a atenção para alguns:
"Dizer que a sociedade corre risco de extinção é uma forma de tentar controlar a narrativa. Ajuda a comunicar a ideia de que as tecnologias que eles detém são mais poderosas do que de fato são enquanto desvia o foco de problemas reais e atuais: vieses, consentimento do uso de dados, uso indevido, responsabilidade e accountability, propriedade intelectual, empregos, concentração, etc".
Diversas distopias famosas como Exterminador do Futuro, Matrix e 2001: Uma Odisseia no Espaço analisaram os perigos da inteligência artificial para a humanidade. Para o professor de filosofia Guilherme Freire, a iminência dessas questões não é tão importante, as distopias possuem significados mais profundos.
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