Vladimir Putin declarou que considera realizar alterações na doutrina para utilização de armamentos nucleares da Rússia.
Anteriormente, na mesma semana, o Secretário-Geral da OTAN afirmou que a organização estuda preparar suas armas nucleares por conta dos avanços russos e chineses.
A doutrina atual do Kremlin para o assunto restringe o uso de armas nucleares apenas para casos de retaliação a um ataque com o mesmo equipamento bélico.
Analistas militares do governo russo têm defendido alterações na doutrina, desde o começo do conflito com a Ucrânia. As mudanças devem acontecer por conta dos avanços no desenvolvimento de armas nucleares de menor capacidade destrutiva.
Putin também afirmou que seu país não acredita na necessidade de permitir ataques preventivos com esse tipo de armamento, "porque, em um ataque retaliatório, o inimigo terá a garantia de ser destruído."
A declaração aconteceu na capital do Vietnã, Hanoi, apenas um dia depois de sua passagem pela Coreia do Norte, onde assinou um tratado de defesa mútua com a ditadura socialista.
Três dias antes, Jens Stoltenberg, Secretário-Geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), afirmou que a aliança está estudando colocar seu poderoso arsenal atômico de prontidão para lidar com a ameaça representada pela China e pela Rússia:
"Não entrarei em detalhes operacionais sobre quantas ogivas nucleares devem estar em operação e quais devem ser armazenadas, mas precisamos fazer consultas sobre essas questões. É exatamente isso que estamos fazendo."
Na ocasião, Stoltenberg afirmou que o objetivo da aliança é garantir "um mundo sem armas nucleares", mas que as circunstâncias os obrigam a ostentar esses armamentos:
"O objetivo da OTAN é, obviamente, garantir um mundo sem armas nucleares, mas enquanto elas continuarem existindo, continuaremos sendo uma aliança nuclear, porque um mundo onde Rússia, China e Coreia do Norte têm armas nucleares, e a OTAN não, é um mundo mais perigoso."
O Diretor Geral da Agência Internacional de Energia Atômica, Rafael Grossi, declarou em entrevista à Folha de São Paulo que considera essas recentes questões internacionais um incentivo ao armamento nuclear:
"Na minha opinião, o resultado dessas novas tensões internacionais criou um atrativo maior pelas armas nucleares — países pensando que eventualmente elas sejam necessárias."
Grossi também afirmou que o uso de armamento nuclear contra um país sem essas ferramentas de defesa poderia levar a um conflito atômico generalizado:
"A introdução de armas nucleares em um conflito entre um país dotado e um país não dotado seria o equivalente a uma guerra nuclear generalizada."
O mundo tem acompanhado cada vez mais perplexo o acirramento das tensões entre Ocidente e Rússia.
Não é à toa que o relógio do Juízo Final, símbolo criado para apresentar o risco do apocalipse durante a Guerra Fria, está indicando 90 segundos para a meia-noite, horário que representa o fim da humanidade.
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