Fundador e mentor do G4 Educação. Fundador da Easy Taxi e Singu.
Já estive em Olimpíadas, Copas do Mundo, SuperBowls e posso afirmar: ninguém, absolutamente ninguém chega ao pódio sem o suporte de uma equipe dedicada — treinadores, nutricionistas, fisioterapeutas, família e amigos que o incentivam ao longo do caminho. Cada medalha é fruto de um esforço coletivo e muito business sense.
No empreendedorismo, a história se repete. Mas, embora tenha muita gente ao seu redor, na verdade é brutalmente difícil encontrar alguém que entenda a pressão absurda que um gestor (ou atleta) enfrenta, as responsabilidades que ele tem e as decisões difíceis que precisa tomar.
Esse é um tipo de sentimento corrosivo que todo profissional de alto rendimento sente, mas quase ninguém ousa mencionar: a solidão - aquela sensação visceral de estar cercado por um exército de gente e, mesmo assim, se sentir isolado, travando batalhas internas que ninguém vê.
Na Easy Taxi, por exemplo, quando recebíamos rodadas de funding milionárias, os investidores esperavam crescimento explosivo, resultados imediatos e retorno sobre cada centavo.
Enquanto o time vibrava, eu, como CEO, sabia que uma decisão errada poderia significar a falência daquele sonho.
E pior, não tinha com quem compartilhar aquele peso, porque qualquer sinal de insegurança poderia minar a confiança dos stakeholders.
Essa é a solidão em seu estado mais puro e ácido.
Para jogar o jogo dos grandes, é preciso entender que cada milissegundo de avanço requer sacrifícios extremos.
Sim, esse é um sentimento estranho, especialmente se você, de alguma forma, já conseguiu provar o seu valor no tempo. Apanhou, cresceu e hoje vive uma vida confortável: está rodeado por pessoas, lidera times, participa de reuniões, encontra clientes…
De fato, um levantamento realizado pelo Instituto Ipsos com mais de 23 mil pessoas de 28 países apontou que os brasileiros são o povo que mais se sente solitário em todo o mundo (50% dos entrevistados). Em seguida, vieram os turcos (46%) e depois indianos e sauditas (43%).
Quando se trata do sentimentos de isolamento para profissionais de alto escalão, as descobertas da HBR foram indiscutíveis: quase 61% dos CEOs acreditam que a solidão atrapalha o seu desempenho.
Agora, junte tudo isso e imagine o fardo de empreender no Brasil. Aqui, um gestor sozinho é um barco solitário numa tormenta onde até o passado é incerto e cada layer de decisão está cercado por uma roleta russa de pressões regulatórias, mudanças abruptas no Judiciário e uma alta carga tributária.
Sob essas ondas, a necessidade de uma rede de suporte se torna evidente para encontrar outros ombros capazes de dividir o peso das incertezas frequentes.
Se existe uma lição que aprendi nessas mais de duas décadas anos empreendendo é que não existe nenhum problema que não se resolva com mais vendas.
Digo isso, porque contratar gente boa é caro. Implementar software e ferramentas de ponta, é caro. Construir uma infraestrutura de primeiro mundo, é caro. E, claro, sentar-se na mesma mesa dos principais players do mercado, também é caro.
Se todas as coisas que levam o seu negócio para o próximo nível são caras, portanto, é crucial expandir o seu caixa. Sem isso, seu business fica estagnado e você vira refém das estatísticas negativas; como alguém à deriva em alto mar.
Sei que como founder ou C-level, as pessoas esperam que você tenha todas as respostas e isso faz com que você sufoque, silencie e esconda todas as suas preocupações e incertezas.
Mas, com o tempo, esse sofrimento se torna constante. Afirmo com afinco porque I've been there. E honestamente? É cruel. Dilacera. Incomoda. Mata.
Dói tanto a ponto de algumas pessoas pensarem se ainda vale a pena continuar crescendo, já que o preço a ser pago é tão alto.
E é aqui que esse sentimento começa a ficar perigoso, porque na verdade não precisa ser assim.
Eu custei para entender, mas foi exatamente por ter sentido na pele que aprendi que a solidão pode ser uma aliada ou uma inimiga mortal. Pode te fortalecer, tornando-o mais resiliente e focado, ou pode te consumir, transformando cada vitória em uma experiência vazia.
A chave é reconhecer que um gestor sem uma rede de apoio é como uma pessoa sem oxigênio — não sobrevive.
Foi justamente tocado por essas dores, que desenvolvemos programas no G4 Educação voltados para criar espaços seguros onde empresários de alto nível pudessem trocar com seus pares e aprender com quem já construiu grandes negócios.
Através de experiências exclusivas como o G4 Club (uma comunidade fechada de líderes que se reúnem para trocar experiências, adquirir conhecimentos e gerar novos negócios) e o G4 Scale (direcionamento de longa duração, apoio e conexão com encontros presenciais, board meetings direcionados e muito mais).
Sim, meu caro, seja no mundo dos negócios ou no esporte, subir ao pódio não precisa ser solitário. É possível se conectar com pessoas que estão passando – ou já passaram – por desafios similares aos seus.
Se a probabilidade de fracasso é probabilisticamente maior do que a de sucesso, então é preciso aproveitar cada oportunidade de determinar o seu próprio destino, saindo do modus operandi de uma perspectiva limitada, frágil e desconectada do resto do sistema.
Ninguém dá tapinha nas costas do primeiro lugar para dizer que ele merecia mais. Claro que não, ele já está no topo! É por isso que dizem que um ônibus tem 50 lugares e a Bugatti apenas 2.
É… Os livros não te contam sobre isso. O trabalho duro é necessário, mas o se conectar com gente boa é o que realmente faz seu negócio ir para o próximo nível.
Os problemas precisam ser resolvidos. Estratégias precisam ser desenhadas. Decisões importantes precisam ser tomadas. E, confie em mim, nada disso será feito se você não transformar a sua jornada em uma experiência colaborativa, não importa quando ou onde.