O sionismo é uma agenda política criada no século XIX. Seu principal postulado é a defesa de um Estado confessional que proteja os judeus e permita que eles vivam em liberdade, defende Theodor Herzl em O Estado Judeu, considerado o livro fundador do sionismo moderno.
O antissemitismo sofrido pelos judeus foi um dos principais propulsores do movimento, especialmente o holocausto nazista que assassinou mais de 6 milhões de judeus na metade do século XX.
Para se ter segurança e liberdade, os sionistas escolheram um local específico: o antigo reino de Israel.
O antissemitsmo sofrido pelos judeus fazia com que muitos se sentissem estrangeiros em seu próprio país.
Para garantir sua segurança e liberdade, líderes da comunidade judaica se reuniram em Viena, em 1895. Segundo o historiador Walter Laqueur no livro Uma História do Sionismo, foi nesse momento que muitos judeus chegaram à conclusão de que um Estado próprio seria a melhor maneira de viverem em liberdade e segurança.
Como para a religião judaica a terra da atual Israel havia sido prometida por direito divino, esse foi o lugar escolhido para a formação do Estado.
O movimento sionista se difundiu pela divulgação do jornalista húngaro Theodor Herzl, no final do século XIX, considerado por muitos como o pai do sionismo.
Segundo a Prager U, Theodor iniciou sua campanha em prol do sionismo após presenciar pessoalmente o caso Alfred Dreyfus. Andrey era um militar judeu que foi preso injustamente na França.
Quando sua inocência foi formalmente comprovada, Andrey foi libertado após passar anos na prisão.
Já em 1910, alguns judeus foram migrando para a região de Israel, lá foram assentando comunidades comunitaristas conhecidas como kibutz.
Em apenas 7 anos, a população judaica da Palestina alcançou um total de 40.000 pessoas, afirma a Jewish Virtual Library. A região era habitada por cerca de 500.000 árabes, com quase 10% da população sendo judia.
Em 1917, a Inglaterra sinalizou que apoiaria a criação de um Estado Judeu na Palestina, a partir da Declaração de Balfour.
Após a primeira guerra, a Inglaterra dominou a Palestina. Com o governo de uma nação amigável, o fluxo migratório de judeus para a região aumentou consideravelmente.
Muitos palestinos reagiram: convocaram o 1º Congresso Palestino posicionando-se contra a imigração e criação de um Estado judeu, mostra o documento assinado em 1919 por Aref al-Dajani, prefeito de Jerusalém, em nome da Associação de Muçulmanos e Cristãos Árabes.
Em 1929 houve o primeiro conflito. Uma disputa entre judeus e palestinos pelo acesso ao Muro das Lamentações gerou diversas mortes em Jerusalém, narra a historiadora Anita Shapira no livro Israel: Uma História. Os palestinos alegavam que as autoridades britânicas favoreciam os judeus.
Apesar dos problemas, as bases para a criação de um Estado judeu já haviam sido lançadas.
Durante a década de 1930, com a ascensão de Hitler, a perseguição aos judeus se intensificou. Como resultado disso, a migração de judeus para a Palestina aumentou consideravelmente.
Em 1931, o número de judeus na Palestina estava na casa dos 174.600.
Em 1939 começa a Segunda Guerra Mundial e, com ela, o Holocausto. O Holocausto foi a perseguição e eliminação em grande escala dos judeus e outras etnias pelos alemães seguidores do Nazismo.
Foram criados campos de concentração e de extermínio para esse fim, como o de Auschwitz, e políticas de Estado, como o plano Juízo Final.
Durante o conflito mundial, na Palestina, os árabes muçulmanos se aliaram à Alemanha, pois tinham dois inimigos em comum: os judeus e, em menor escala, os britânicos.
Em 1936 houve uma revolta árabe contra seus vizinhos judeus e seus dominadores britânicos. Para resolver a questão, os governantes ingleses criaram a Comissão Peel, liderada por Lord William Peel.
O grupo estudou o problema e concluiu que o motivo da violência é que dois povos estão buscando governar o mesmo local. A Comissão Peel propôs criar 2 estados independentes para solucionar o problema, mostra o site da ONU.
A proposta pesava em favor dos árabes: 80% do território seria árabe e 20% seria judeu. Os judeus aceitaram a proposta, mas os muçulmanos a rejeitaram e retomaram a onda de violência.
No fim da guerra, com a derrota da Alemanha, a comunidade internacional passou a favorecer o sionismo após a descoberta do Holocausto.
Auxiliados principalmente pelos judeus dos Estados Unidos, os judeus europeus sobreviventes passaram a imigrar em massa para a Palestina.
O lugar ainda estava sob domínio britânico e os ingleses adotaram outras medidas para tentar barrar a imigração dos judeus.
Os judeus, por sua vez, criaram organizações paramilitares como a Haganá e começaram a fazer ações para ocupar o território e tornar Israel independente da Grã-Bretanha, narra o historiador israelense Tom Segev.
Em 1947, os britânicos entregaram a questão para a ONU, para que a comunidade internacional resolvesse o problema.
A solução veio em novembro deste ano. A ONU propôs a criação de dois Estados, repetindo a solução da Comissão Peel.
Aproximadamente metade do território seria ocupada por um desses povos, e Jerusalém, a capital, ficaria sob administração internacional, mostra o site oficial da organização. A ONU estabeleceu o seguinte:
Os principais conflitos entre Israel e Palestina vieram após a divisão da região pela ONU.
Os judeus, que correspondiam a 30% da população, ficariam com uma parcela maior do território. Os palestinos, por sua vez, correspondiam a 70% da população e ficariam com uma parcela menor.
As autoridades árabes alegaram que o seu território concentrava as terras menos férteis e que eles teriam acesso mais limitado à água potável.
A proposta foi aceita pelos judeus, mas foi rejeitada pelos árabes. Mesmo assim, foi aprovada na Assembleia Geral da ONU no dia 29 de novembro de 1947, narra o Departamento de História do governo dos EUA.
No ano seguinte, os britânicos se retiraram da Palestina, e, em 14 de maio de 1948, foi proclamada a fundação do Estado de Israel.
Uma parcela de judeus ortodoxos não aprovaram a criação do Estado de Israel. Esse grupo não aceita o novo Estado de Israel até os dias de hoje.
Para eles, o novo país não é legítimo, já que o Templo dos Sacrifícios não existe mais, e a criação do novo Estado não foi um chamado de Deus. Esses judeus se posicionam a favor dos palestinos, mostra uma reportagem do jornal Vice News.
Um dia após a fundação do Estado de Israel, diversos países islâmicos buscaram destruí-lo.
O sionismo moderno é caracterizado pela defesa de um território que dê segurança para os judeus, o Estado de Israel. Após os ataques terroristas do Hamas em outubro de 2023, o primeiro Ministro de Israel, Benjamin Netanyahu disse em seu pronunciamento oficial:
"Israel está em guerra. Nós não queríamos essa guerra, mas ela veio até nós da maneira mais bruta e selvagem possível. [...] Em outra era, os judeus não tinham um país, em outra era os judeus estavam indefesos. Não mais".
Para Dennis Prager, graduado em assuntos internacionais pela Universidade de Columbia:
"O problema não é sobre territórios, o problema é o ódio contra os judeus. A esquerda e os muçulmanos radicais querem a eliminação dos judeus. Se o único país que eles pensam não ter o direito de existir e que eles não gostam é um país judeu, então temos o direito de inferir que eles tem algo contra os judeus e o judaísmo.
[...] Existem mais de 22 países muçulmanos no mundo, mas não pode existir um país judeu?", disse Dennis Prager em entrevista à Fox News.
Em um vídeo da Prager University, Dennis comentou:
"O judaísmo é um povo e uma nação além de uma religião. Na terra da atual Israel, só existiram 2 Estados consolidados, e os dois eram judeus. O nome Palestina foi criado pelos romanos para apagar a memória do povo judeu que vivia ali.
Por que os judeus não podem voltar para sua terra e viver ali? O Estado de Israel aceita não judeus em seu território e já fez diversas propostas de paz com os povos da região".
Para entender a questão do sionismo defendido pelo Estado de Israel frente à questão Palestina, o programa Insight BP entrevistou o escritor Flávio Morgenstern para entender o cerne da questão. Confira:
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