Quais são os livros de Jordan Peterson? Veja a lista completa.

Quem é Jordan Peterson?

Jordan Peterson é um psicólogo clínico, professor emérito da Universidade de Toronto e que atuou como professor associado na Universidade de Harvard. Autor de muitos livros e artigos, ele é considerado um dos intelectuais mais influentes da atualidade.

O autor dedicou 15 anos à escrita da obra Mapas do Significado: A Arquitetura da Crença. Nesse livro ele investiga temas como:

• a natureza do pensamento religioso;
• emoções;
• motivação para que seres humanos cometam atrocidades a serviço de uma ideologia.

Peterson se tornou um sucesso global quando resolveu gravar uma série de 3 vídeos para o YouTube. Esses vídeos receberam o nome de “Professor contra o politicamente correto”.

Ele estava reagindo a uma lei que tramitava no Canadá onde passaria a ser considerado crime não tratar uma pessoa pelo pronome que ela se identifica. Peterson acusava a lei de autoritária e a partir desses vídeos se destacou na crítica à Ideologia de Gênero.

O Autor começou a ser convidado para entrevistas em emissoras de televisão que tinham como objetivo expor e desmentir as suas ideias, mas o efeito foi o contrário. Batendo em temas como coletivismo, feminismo e ideologia de gênero, Peterson ganhou uma legião de fãs.

Jordan Peterson ampliou a sua fama ao apresentar suas ideias. Seu pensamento foi responsável por influenciar jovens e aumentar a sua autoestima, ajustando a lente com a qual enxergam o mundo e a se conhecerem melhor.

• Leia mais: Quem é Jordan Peterson? [BIOGRAFIA COMPLETA] 

Quantos livros Jordan Peterson escreveu?

Jordan Peterson possui três livros com autoria própria, além de centenas de participações em pesquisas, artigos e contribuições acadêmicas.

Os três livros de Jordan Peterson são:

1. Mapas do Significado: A Arquitetura da Crença (1999)
2. 12 Regras para a Vida: Um Antídoto para o Caos (ano?)
3. Além da Ordem: Mais 12 Regras para a Vida (ano?)

Mapas do Significado: A Arquitetura da Crença (1999)

Jordan Peterson passou 15 anos da sua vida trabalhando nesse livro. A obra é um estudo profundo sobre como as pessoas constroem crenças e atribuem significado ao mundo. Peterson também investiga o impacto das crenças nas emoções das pessoas. Para ele:

“Descobri que as crenças fazem o mundo, de uma maneira real — que as crenças são o mundo, em um sentido mais que metafísico. Tudo é algo e significa algo — e a distinção entre essência e importância não é necessariamente suscitada. Temos um cenário de essências, e um fórum de ação, onde o significado é altamente relevante”. 

Peterson tenta entender como o ser humano e o seu cérebro lidam com uma situação que surge sempre que ele precisa lidar com algo desconhecido. 

Durante sua obra, Peterson mostra forte influência do psicólogo Carl Jung que desenvolveu uma teoria sobre os 12 arquétipos principais que pautam o comportamento humano.

Arquétipos são imagens que estão no inconsciente coletivo das pessoas, ou seja, através de mitos, livros e religiões, o ser humano divide com o outro a compreensão do significado de alguns símbolos. 

Por exemplo, o leão é um animal que a sua imagem passa a ideia de poder, de soberania. Isso é algo percebido de maneira inconsciente pelas pessoas. Caso um partido político use o leão como símbolo, ele irá passar esse sentimentos a quem ver. A gente poderia chamar isso de o arquétipo do leão.

Isso não acontece apenas com animais. O mago é uma figura muito presente nos mitos ocidentais, ele passa a ideia de alguém que tem algum truque para ajudar, alguém que vira o jogo e ajuda uma pessoa a conquistar seu objetivo. Uma pessoa que age dessa forma no dia a dia, pode ser identificada com o arquétipo do mago.

Esses arquétipos geram modelos padrões de comportamento e de sentimentos que são passados de geração em geração. Jordan Peterson propõe no livro que os homens do passado não tinham a ânsia de tentar descrever o mundo como a ciência faz, mas sim de dar a orientação da melhor forma de viver.

Era uma visão moral, guiada inconscientemente pela compreensão dos arquétipos. O exemplo mais poderoso é o arquétipo de Jesus e o de Satanás. O primeiro é o bem, o segundo é o mal. Quem é bom, aproxima-se da imagem de Jesus, quem é mal dá de Satanás.

Os homens do passado enxergavam o mundo como um grande palco de teatro, em vez de um lugar de coisas. Assim o mundo é constituído pelo caos e pela ordem, não pelas coisas materiais.

A Ordem acontece quando as pessoas ao redor de alguém agem de acordo com normas sociais bem estabelecidas, mantendo-se previsíveis e cooperativas. É o mundo da estrutura social, do território explorado e da familiaridade. Peterson atrela a ordem simbolicamente ao masculino. “É o Rei Sábio e o Tirano para sempre vinculados, assim como a sociedade é simultaneamente estrutura e opressão”.

O Caos, ao contrário, é onde algo inesperado acontece. Quando uma pessoa é traída pelo companheiro, faz um comentário fora de hora ou é demitido do trabalho, aí está instaurado o caos. É o contrário da ordem e por isso, simbolicamente, atrelado ao feminino. O caos é a criação e a destruição ao mesmo tempo. É o novo e o imprevisível, é a fonte de coisas novas e o destino dos mortos.

“A ordem e o caos são yang e yin do famoso símbolo taoísta: duas serpentes da cabeça ao rabo. A ordem é a serpente branca, masculina; o caos, sua equivalente feminina, preta. O ponto preto no branco — e o branco no preto — indica a possibilidade de transformação: exatamente quando as coisas parecem seguras, o desconhecido pode se assomar gigante e inesperado. Em contrapartida, exatamente quando tudo parece estar perdido uma nova ordem pode emergir da catástrofe e do caos.”

O livro Mapas do Significado de Jordan Peterson é aquilo de mais denso escrito por ele. A leitura não é fácil e pouco recomendada para quem está iniciando o autor. Essa obra foi a base de seus dois outros livros que se tornaram sucessos mundiais.

12 Regras para a Vida: Um Antídoto ao Caos (2018)

Esse livro se tornou um best-seller internacional. Ele surgiu a partir de uma resposta que Jordan Peterson deu a uma pergunta em um site chamado Quora, uma plataforma de perguntas e respostas do Canadá.

Os usuários podiam avaliar a resposta dando-a um “gostei” ou um “não gostei”. Jordan Peterson respondeu à pergunta: “Quais são as coisas mais valiosas que todos deveriam saber”. Em sua resposta, o intelectual listou diversas regras fundamentais para uma vida plena. A repercussão da resposta foi gigante e o público adorou a lista.

Baseado nesta lista, em seus estudos e em seu primeiro livro, ele escreveu o livro 12 Regras para a Vida: Um Antídoto ao Caos onde ensina como fazer para ter uma vida com mais sentido e propósito. Cada capítulo do livro traz uma das seguintes regras:

Regra 1: Costas eretas, ombros para trás

A primeira regra ensina as pessoas a transformarem o caos da vida em uma ordem habitável, a assumir a responsabilidade de lutar contra os desafios em vez de fugir, a falar o que pensam e apresentar seus desejos como se fossem direitos.

Esta atitude leva os outros a verem uma nova figura, competente e capaz, que não tem medo de parecer perigosa.

Regra 2: Cuide de si mesmo como cuidaria de alguém sob sua responsabilidade

Essa regra pode ser resumida em 4 pontos:

1. você precisa saber onde está, para que comece a traçar o seu percurso;
2. você precisa saber quem é, para que entenda suas armas e fortaleça a si mesmo no que diz respeito às suas limitações;
3. você precisa saber para onde está indo, para que possa limitar a extensão do caos em sua vida;
4. reestruture a ordem e traga a força divina da esperança para o mundo.

Regra 3: Seja amigo de pessoas que queiram o melhor para você

A regra 3 ensina a buscar amizade com pessoas que querem que as coisas melhorem. Essas pessoas não toleram cinismo e destrutividade e, portanto, elevam aqueles que estão com elas.

Pessoas que se dizem amigas, mas acabam influenciando alguém a se entregar a vícios, não são boas companhias.

Regra 4: Compare a si mesmo com quem você foi ontem, não com quem outra pessoa é hoje

O conselho de Peterson é deixar um pouco de lado a complexidade do mundo e concentrar-se nas questões pessoais. Existem pequenas coisas que cada um pode fazer melhor a cada dia.

O psicólogo apresenta como muitas pessoas gastam tempo e energia com problemas globais que não podem solucionar, enquanto diversas situações da própria vida merecem atenção e necessitam ser corrigidas.

Não é possível olhar para tudo e se comparar com todos. Escolher um foco é olhar para algo específico e ignorar o resto.

A quarta das 12 regras para a vida de Jordan Peterson tira o peso das costas das pessoas que se entristecem ao se compararem com quem é melhor do que elas. A solução é enfrentar a si mesmo, buscando crescimento diário e consciente, com foco.

Regra 5: Não deixe que seus filhos façam algo que faça você deixar de gostar deles

Na quinta das 12 regras para a vida, Jordan Peterson resume os princípios que quer passar:

1. Limite as regras;
2. Use a força mínima necessária;
3. Os pais deveriam estar sempre juntos;

Para ele, é o dever primário dos pais tornar seus filhos socialmente desejáveis.

“Se as ações deles [os filhos] fazem com que você deixe de gostar deles, pense qual será o efeito delas em outras pessoas, que se importam muito menos com eles do que você”.

Regra 6: Deixe sua casa em perfeita ordem antes de criticar o mundo

A conclusão da sexta das 12 regras para a vida é que com uma vida menos corrupta, mais honesta consigo mesmo e mais forte, é possível começar a pensar em mudar o mundo.

• Quer a análise de todas as regras de maneira mais completa? Clique no link e leia o Resumo completo sobre As 12 Regras para a Vida.

Regra 7: Busque o que é significativo, não o que é conveniente

É conveniente seguir os impulsos, ser egoísta e buscar o ganho a curto prazo. Por essa razão, é melhor usar o tempo para deixar as coisas melhores no futuro. Essa é a razão pela qual Jordan Peterson colocou como uma das 12 regras para a vida a busca do que é significativo e não do que é conveniente.

Regra 8: Diga a verdade. Ou, pelo menos, não minta

A parte mais importante de “não mentir” é não mentir para si mesmo. Um totalitarista não se pergunta onde ele errou. Alguém como Hitler ou Stálin acredita tanto em sua visão de mundo, e em si mesmo, que pensa que tudo o que ele faz é o melhor para a sociedade.

Sem humildade e autocrítica, eles acham que podem fazer qualquer coisa para impor a sua visão de mundo aos outros, afinal, eles teriam a melhor solução para o país. Mesmo que algo dê errado, eles mentem para não assumirem que a culpa pelo erro é deles.

Mentir gera vergonha. Devido à vergonha, o risco é desenvolver um pensamento distorcido e depois mais mentiras para encobrir as consequências do pensamento distorcido.

“Se sua vida não é o que poderia ser, experimente dizer a verdade”.

Jordan Peterson encerra a oitava das 12 regras para a vida dizendo que o Paraíso só pode ser um Paraíso porque nele todos dizem a verdade.

Regra 9: Presuma que a pessoa com quem você está conversando possa saber algo que você não sabe

Encerrando o capítulo com a nona das 12 regras para a vida, Jordan Peterson deixa claro que a boa conversa carrega o desejo de verdade, não de estar certo. É mais sábio continuar sempre buscando o conhecimento.

Regra 10: Seja preciso no que diz

Finalizando esse raciocínio para a décima das 12 regras para a vida, o psiquiatra aconselha seus leitores a perceberem seus erros, articulá-los e corrigi-los. De acordo com ele, cada um tem de enfrentar o caos do Ser.

Regra 11: Não incomode as crianças quando estão andando de skate

A conclusão de Jordan Peterson na décima primeira das 12 regras para a vida: o espírito que interfere quando os meninos estão tentando se tornar homens, portanto, não é benéfico nem para as mulheres nem para os homens.

As crianças precisam se formar e se fortalecer enquanto homens. A masculinidade é importante para a sociedade. Ele usa o exemplo das crianças andando de skate para exemplificar uma situação arriscada onde meninos estão se formando como homens adultos e corajosos.

Da mesma forma que algumas pessoas atrapalham as crianças no skate, movimentos tentam impedir com que o homem adulto seja homem. A condenação da masculinidade é, segundo o autor, um dos grandes males da sociedade.

Hoje a masculinidade é fortemente atacada pelo movimento feminista. O homem é acusado de alimentar o patriarcado que oprime as mulheres, para Peterson, isso é falso:

Regra 12: Acaricie um gato ao encontrar um na rua

Jordan Peterson encerra seu livro das 12 regras para a vida chamando a todos para acariciar os gatos. Isto não é literal. É apenas uma forma de dizer às pessoas para se maravilhar com o que está ao seu redor, para se maravilhar com a vida acontecendo.

Em um dia ruim, pequenas coisas boas podem acontecer. Os gatos são imprevisíveis e se um deles se permite ser acariciado, sorria e o acaricie.

Além da Ordem: Mais 12 Regras para a Vida

Como o próprio título sugere, Além da Ordem é um complemento ao 12 Regras para a Vida. Ele traz novas ações que ajudam a pessoa a ter mais significado e propósito em um mundo extremamente caótico.

Como no 12 Regras, Jordan Peterson ensina as pessoas a saírem do caos e estabelecerem uma ordem para a vida, agora ele ensinará as pessoas a como lidarem com o caos. 

Ele retoma a teoria dele de que a vida é composta por ordem e caos, como o ponto branco no preto e o ponto preto no branco, inseparáveis, yin e yang. Logo, é impossível escapar de qualquer um dos dois. É possível dividir o livro em quatro principais ensinamentos:

Não denigra as instituições sociais ou as realizações criativas de forma negligente

As instituições sociais possuem um fundamento para existir e são importantes. Não é possível sair tentando demoli-las de maneira não refletida, mesmo que elas tenham problemas.

Atacar as instituições e as hierarquias coloca a sociedade em risco e coloca a própria pessoa em risco. Isso é percebido no descuido das pessoas ao lidarem com autoridades, como pai, mãe ou chefes no trabalho.

É claro que Peterson não está defendendo o outro extremo, onde as hierarquias e instituições devem ser preservadas sem que sejam feitas necessárias críticas e reformas.

Não faça o que detesta

“Se estamos a trabalhar e somos chamados a fazer coisas que nos fazem desprezar a nós próprios, é bem possível que tenha chegado a hora de meditar, avaliar, pensar numa estratégia e nos colocarmos numa posição em que possamos dizer não.”

Esqueça as ideologias

“Tenhamos alguma humildade. Arrumemos o quarto. Cuidemos da família. Sigamos a consciência. Endireitemos a vida. Encontremos uma coisa produtiva e interessante para fazer e comprometamo-nos com ela. Quando conseguirmos fazer isso tudo, então procuremos um problema maior para resolver, se nos atrevermos. Se também isso funcionar, avancemos para projetos ainda mais ambiciosos. E, para esse processo, o início necessário é um: esqueça a ideologia.”

Não escondas coisas indesejadas no nevoeiro

“O mundo está cheio de perigos e obstáculos ocultos — e também de oportunidades. Deixar tudo escondido no nevoeiro por ter medo do perigo que lá pode estar será de pouca ajuda quando o destino nos obrigar a mergulhar de cabeça no que recusamos ver.”

São as 12 regras presentes no livro Além da Ordem de Jordan Peterson

Regra 1: Não denigra as instituições sociais ou as realizações criativas de forma negligente.

Regra 2: Imagine quem você poderia ser e mire esse alvo com determinação.

Regra 3: Não esconda na névoa o que é indesejável.

Regra 4: Perceba que a oportunidade se esconde onde a responsabilidade foi abdicada.

Regra 5: Não faça o que odeia.

Regra 6: Abandone a ideologia.

Regra 7: Dedique-se ao máximo a pelo menos uma tarefa e veja o que acontece.

Regra 8: Tente deixar um cômodo de sua casa o mais bonito possível.

Regra 9: Escreva em detalhes todas as velhas lembranças que ainda o perturbam.

Regra 10: Planeje e se esforce para manter o romance em seu relacionamento.

Regra 11: Não permita que você se torne ressentido, dissimulado ou arrogante.

Regra 12: Seja grato apesar de seu sofrimento.

10 Livros indicados por Jordan Peterson

São os livros recomendado por Peterson para quem quer estudar de maneira mais profunda os temas tratados por ele:

• Arquipélago Gulag – do autor Aleksandr Soljenítsin;
• Crime e Castigo – do autor Fiódor Dostoiévski;
• Os Irmãos Karamázov – do autor Fiódor Dostoiévski;
• A Vida na Sarjeta – do autor Theodore Dalrymple;
• Para poder viver – da autora Yeonmi Park;
• Senhor das Moscas – do autor William Golding;
• Mito e Realidade – do autor Mircea Eliade;
• Arquétipos e o inconsciente coletivo – do autor Carl Jung;
• A Grande Saída – Angus Deaton;
• A Crise do Islã – Bernard Lewis.

Por Onde Começar a Estudar o Pensamento de Jordan Peterson?

O melhor passo para começar a estudar o pensamento de Jordan Peterson é pelo livro “12 Regras para a Vida: um antídoto para o caos”. Ele faz uma introdução ao pensamento do autor e possui uma leitura mais fácil.

No documentário “Caos e Ordem: a ascensão de Jordan Peterson” é possível ver a fragilidade de um pensador que ajudou a fortalecer milhões de pessoas em todo o mundo.

Ele está disponível legendado em português, com alta definição na plataforma da Brasil Paralelo.

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