Pedro Álvares Cabral: conheça a biografia e as realizações do descobridor do Brasil

Quem foi Pedro Álvares Cabral?

Nascido em 1467, em Belmonte, Portugal, Pedro Álvares Cabral pertencia a uma família de prestígio, famosa por combater os mouros e castelhanos. Cabral recebeu desde cedo uma educação rígida.

Ainda jovem foi enviado para a corte do rei D. Afonso V, onde estudou literatura, história e táticas armadas.

Sob o reinado de Dom Manuel I, Pedro foi agraciado com títulos de nobreza, como o de conselheiro do rei e cavaleiro da Ordem de Cristo, ordem religiosa fundamental nos empreendimentos marítimos portugueses. 

A ordem de Cristo

A Ordem de Cristo foi uma ordem militar fundada por D. Dinis em 1381, após a Ordem do Templo ter sido perseguida e dissolvida pelo Papa Clemente V e pelo Rei Felipe IV da França.

A Ordem dos Templários participou das campanhas portuguesas e, como resultado, adquiriu prestígio e influência em Portugal.

Com a autorização do Papa João XXII para que os bens e privilégios dos templários fossem transferidos para a nova ordem em Portugal, os interesses marítimos portugueses passaram a incluir também um aspecto religioso.

A cruz da Ordem de Cristo aparecia nas velas das embarcações portuguesas, e Pedro Álvares Cabral, descobridor da Terra de Santa Cruz, era um de seus cavaleiros. 

A despedida de Cabral teve grande pompa e contou com uma missa e a presença de Dom Manuel. Após a cerimônia, o rei entregou a Cabral uma bandeira com a cruz da Ordem de Cristo, que foi exibida na proa de seu navio.

As navegações de Pedro Álvares Cabral

Em 1498, Pedro Álvares Cabral foi preterido em favor do capitão Vasco da Gama para chefiar uma armada com destino à Índia. No entanto, no ano seguinte, devido à sua competência e origem nobre , foi escolhido para comandar uma nova frota de navios com o mesmo destino.

Em 9 de março de 1500, partiu com sua armada, composta por cerca de 1.500 homens, rumo às Índias. Um desvio de rota, próximo às Ilhas Canárias, levou-o, como disse o poeta, "a mares nunca d’antes navegados".

Como foi a viagem de Cabral ao Brasil?

Os portugueses que partiram de Portugal não contavam com as condições adversas que encontrariam em sua viagem.

Se em algum momento o mar se mostrava impetuoso e violento, em outros se apresentava muito calmo, o que não era bom para a frota que necessitava da força dos ventos para ser impulsionada.

Em um desses momentos de tempestades violentas, os portugueses, liderados por Cabral, acabaram por perder um navio com 150 tripulantes, comandado por Vasco de Ataíde.

Cabral e seus companheiros tinham consciência dos perigos que poderiam encontrar ao se lançarem no Atlântico, ao qual chamavam de “Mar Tempestuoso”.

Durante sua passagem próxima às Ilhas Canárias, após um mau tempo que encontraram em seu caminho, a frota portuguesa acabou se desviando, e alguns dos que estavam na empreitada acabaram padecendo.

Mais um acontecimento com o qual os portugueses não contavam foi que essa mudança de rota os levaria a uma terra nunca antes visitada.

A Chegada de Cabral ao Brasil

No dia 22 de abril de 1500, Pedro Álvares Cabral, capitão-mor daquela expedição, avistou a terra à qual deu o nome de Terra de Vera Cruz.

Após o primeiro contato com a nova terra, Cabral ordenou que sua frota seguisse rumo ao norte e, após 65 km, aportaram no local que ele nomeou de Porto Seguro.

Alguns dias depois, Cabral ordenou a construção de um altar, onde foi celebrada uma missa por Frei Henrique de Coimbra.

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Na primeira semana de maio, após abastecer a frota com provisões para a continuidade da viagem, Pedro Álvares Cabral retomou a travessia e prosseguiu rumo às Índias.

A Viagem de Pedro Álvares Cabral para a Índia

Ao navegar pela costa do Brasil, Cabral convenceu-se de que não havia encontrado apenas uma ilha, mas sim um novo continente. Após contornar parte do litoral, conduziu sua frota em direção ao continente africano.

Enfrentando dificuldades ao redor do continente africano, Cabral chegou às Índias, embora com sua frota reduzida, no dia 13 de setembro. Ele desembarcou em Calicute, principal ponto de comércio das Índias Ocidentais, onde encontrou o Samorim, governante local.

Cabral conseguiu concluir com sucesso suas negociações, um empreendimento que havia falhado na expedição de Vasco da Gama em 1498. Ele presenteou o Samorim com moedas de ouro e, com isso, conseguiu agradá-lo e obter êxito nas tratativas.

Durante alguns meses, Cabral conseguiu estabelecer uma feitoria e um armazém na região, mas a presença portuguesa foi mal recebida pelos muçulmanos locais.

Com o ataque dos árabes em Calicute, Cabral levantou âncoras e partiu para Cochim, uma cidade situada a noroeste do centro comercial.

Em Cochim, Cabral instalou uma feitoria sem resistência e com a cooperação do povo local. Os habitantes de Cochim viam nos portugueses uma oportunidade de se libertarem do controle do Samorim.

Com o apoio do rajá, líder de Cochim, Cabral obteve muitas especiarias para levar de volta a Portugal.

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O Retorno de Cabral para Portugal

Em janeiro de 1501, Pedro Álvares Cabral partiu de volta para Portugal. Ao contornar novamente o continente africano, perdeu um dos navios de sua frota, que encalhou em um banco de areia. A embarcação, carregada de especiarias valiosas, foi abandonada e incinerada.

Durante o percurso, Cabral fez paradas em todos os portos sob domínio português, como Cabo Verde e Moçambique.

Finalmente, ele chegou a Portugal no dia 21 de julho de 1501 e foi recebido pelo rei Dom Manuel I no Palácio de Santarém.

Os últimos dias de Pedro Álvares Cabral

Após a chegada de Cabral a Portugal, o rei D. Manuel decidiu organizar uma nova armada para retornar à Calicute e enfrentar os muçulmanos.

Essa frota ficou conhecida como "Esquadra da Vingança". Embora tenha sido convidado a participar da expedição, Cabral recusou, pois foi novamente preterido em favor de Vasco da Gama para comandar a campanha.

Esquecido pelas cortes, Cabral passou a receber uma quantia de 30 mil reais, moeda em vigor em Portugal de 1430 a 1911. 

Ele casou-se com Dona Isabel de Castro e teve quatro filhos. Viveu em Santarém até o fim de sua vida, sem voltar a obter cargos de prestígio ou a comandar outra frota.

A Morte de Pedro Álvares Cabral

Pedro Álvares Cabral morreu em Santarém em 1520 e foi sepultado na capela da Igreja de São João Evangelista, também em Santarém.

Seu túmulo permaneceu esquecido por séculos, até ser descoberto por um historiador brasileiro. A descoberta, junto com o estado de abandono dos restos mortais do descobridor do Brasil, gerou uma crise diplomática entre Portugal e o Brasil.

Por fim, a pedido do imperador do Brasil, Dom Pedro II, o corpo de Pedro Álvares Cabral foi exumado, e uma parte de seus ossos, juntamente com terra portuguesa, foi levada para a Capela Imperial, no estado do Rio de Janeiro.

A vida de Pedro Álvares Cabral foi marcada pelo cumprimento de sua missão. Partiu de Portugal rumo às Índias e, ao encontrar uma terra desconhecida, como cavaleiro da Ordem de Cristo, manteve o propósito missionário de sua expedição.

Focado em seu dever, poucos dias após encontrar o novo território, partiu novamente para as Índias, onde concluiu o empreendimento iniciado por Vasco da Gama anos antes.

A história de sua descoberta e os eventos posteriores ainda são desconhecidos por muitos brasileiros. A Brasil Paralelo produziu uma série de filmes intitulada Brasil, A Última Cruzada para divulgar essa história.

Conheça a série Brasil, A última Cruzada

Um time de professores e historiadores foi reunido pela Brasil Paralelo para produzir um conteúdo sobre a história do Brasil, com o objetivo de aproximar os brasileiros de sua história.

Esse projeto, baseado em fontes primárias, retrata os acontecimentos históricos que levaram ao descobrimento e desenvolvimento do Brasil até eventos recentes.

A Brasil Paralelo também lançou uma animação sobre a história do Brasil, Pindorama. Todo o conteúdo está disponível na plataforma de membros da Brasil Paralelo.

Conheça a Brasil Paralelo

A Brasil Paralelo é uma empresa de entretenimento e educação cujo propósito é resgatar bons valores, ideias e sentimentos no coração de todos os brasileiros. Em sua história, a empresa já produziu documentários, filmes, programas e cursos sobre história, filosofia, economia, educação, política, artes e atualidades.