C.S. Lewis trabalhou em tantas frentes que pode ser apresentado de diversas maneiras: professor de literatura de Oxford, autor de As Crônicas de Nárnia, soldado de uma das principais batalhas da Primeira Guerra Mundial, apologista cristão e muitos outros títulos.
Veja a biografia e pensamento de C.S. Lewis, um dos participantes da Guerra do Imaginário.
Clives Staples Lewis nasceu em Belfast, Irlanda, em 29 de novembro de 1898. Sua família vem da tradição cristã da igreja da Irlanda, uma denominação autônoma da igreja anglicana. Seu avô era um dos clérigos da igreja.
Lewis foi educado por sua mãe e uma governanta, recebendo educação clássica, especialmente a partir da literatura. Seu pai era advogado e tinha uma vasta biblioteca em sua casa.
Conforme mostram as pesquisas de Carlos Caldas, tradutor das obras de Lewis e professor universitário, Lewis era um garoto mais recatado durante sua infância, dedicado à leitura dos clássicos da literatura ocidental. O próprio Lewis conta que amava apreciar obras de fantasia quando criança.
Aos 10 anos ele perdeu sua mãe, o que o fez se isolar ainda mais. Seu pai decidiu colocar ele o irmão em internatos para terminar sua educação primária. O pequeno C.S. Lewis sofria muito nessas escolas.
Recorrentemente mandava cartas pedindo que seu pai o retirasse da escola interna. Seu temperamento introvertido fazia com que ele sofresse nas mãos dos outros garotos que não aprovavam seu jeito de ser.
Um dos diretores dessas escolas foi preso por maus-tratos aos alunos. Aos 15 anos passou a se interessar pelas mitologias europeias antigas e renegou sua fé cristã, tornando-se ateu.
O jovem Lewis não conseguia conciliar a existência de um Deus todo-poderoso com os inúmeros sofrimentos que enfrentava. Essa experiência foi um dos principais temas de suas futuras obras, especialmente em Surpreendido pela Alegria e O Problema do Mal.
Nessa idade começou a se dedicar ao estudo de latim e hebraico. Após muito pedir, seu pai decidiu retirá-lo do internato que estava.
Em 1916, Lewis ingressou na Universidade de Oxford aos 18 anos, mas seus estudos seriam rapidamente interrompidos. Após um ano na universidade, todos os jovens foram convocados para a Primeira Guerra Mundial. A experiência na guerra marcou sua vida.
Um de seus principais serviços militares foi a batalha de Somme.
Os ingleses e franceses avançaram contra os alemães com todas suas forças alocadas na região. Mais de 3 milhões de homens lutaram em Somme, levando à morte de 1 milhão de combatentes - tanto alemães quanto ingleses e franceses.
A batalha de Somme foi marcada pelo conflito de Tolkien e Lewis contra Adolf Hitler. Todos os 3 estavam no campo de batalha. Os aliados saíram vitoriosos, conquistando mais de 9,7 km do território inimigo.
Durante a guerra, Lewis fez amizade com Paddy Moore, um soldado que também era irlandês. Os dois fizeram um trato: se um deles morresse durante a guerra, o sobrevivente cuidaria da família do outro. Moore faleceu em 1918 e Lewis cumpriu a promessa.
A senhora Janie Moore recebeu os cuidados de C.S. Lewis até o final de sua vida.
Após os traumas da guerra, Lewis voltou para a universidade depois de um ano de serviço no campo de batalha. Formou-se com honra e ascendeu ao cargo de professor da universidade de Oxford.
Em pouco tempo foi considerado um dos principais especialistas em literatura medieval e renascentista, suas principais áreas de atuação. Recebeu diversos prêmios ainda em vida.
Durante todo esse tempo Lewis ainda era ateu.
C.S. Lewis se converteu em 1931 devido a uma conversa que teve com J.R.R. Tolkien. A amizade com o autor de O Senhor dos Anéis fez com que ele deixasse o ateísmo e se tornasse teísta.
Ao acreditar em Deus, Lewis não se tornou cristão imediatamente, mas após um período de estudos e meditação. O apologista católico G.K. Chesterton foi uma das suas principais influências. Na sua autobiografia, Surpreendido pela Alegria, C. S. Lewis diz:
“Ao ler Chesterton, eu não sabia no que estava me metendo. Um jovem que quer permanecer ateu deve ter cuidado com uma leitura dessas. Quando eu li o livro ‘O homem eterno’, de Chesterton, foi a primeira vez que eu vi a visão cristã da história de uma forma que fizesse sentido para mim”.
A amizade de Tolkien e C.S. Lewis não começou muito amigável. Nos escritos de seu diário, Lewis mostrou não ter gostado muito de Tolkien de início. Porém, após dias de convivência a situação mudou.
Posteriormente Lewis escreveu sobre como se sentiu ao se tornar amigo de J.R.R. Tolkien:
“Marcou o colapso de dois antigos preconceitos. Quando vim ao mundo, fui prevenido (implicitamente) para nunca confiar em um papista. Quando vim ao corpo docente de inglês, fui prevenido (explicitamente) para nunca confiar em um filólogo. Tolkien era ambas as coisas”.
● Conheça a vida, as obras e o pensamento de J.R.R. Tolkien.
A série original da Brasil Paralelo Guerra do Imaginário possui um episódio exclusivo sobre C.S. Lewis e outro sobre Tolkien. Em ambos os episódios a amizade dos dois é contada por especialistas a partir dos escritos e relatos da dupla.
Além de suas biografias, a série trata sobre um dos principais sentidos da vida de cada um: a Guerra do Imaginário.
Chesterton, Lewis e Tolkien foram os maiores oponentes das ideias de Nietzsche, Bernard Shaw, H.G. Wells e todos os autores que declararam a guerra silenciosa para manipular a linguagem, distorcer conceitos, criticar o cristianismo e desordenar o imaginário ocidental.
Para contar as origens dessa guerra silenciosa, a Brasil Paralelo reuniu uma tropa de pesquisadores, roteiristas e especialistas, e foi para o campo de batalha para produzir o primeiro documentário brasileiro sobre os três grandes heróis que são a resistência na guerra cultural.
O resultado é o mais novo original BP: “Guerra do Imaginário – A jornada de Chesterton, Lewis e Tolkien”. Para assistir, basta se tornar membro da Brasil Paralelo.
A jornada de Lewis, iniciada a partir da amizade com Tolkien, levou o professor de Oxford a se tornar um ardente proclamador da fé. Ele começou a escrever sobre o cristianismo de forma apologética e poética.
C.S. Lewis se tornou membro da igreja anglicana e permaneceu nela até sua morte. Era membro da Alta-Igreja, o setor anglicano que acredita nos 7 sacramentos e vive o cristianismo com celebrações semelhantes às do catolicismo.
O autor de As Crônicas de Nárnia defendia a existência do Purgatório, crença negada pela maioria dos protestantes. Lewis também se confessava semanalmente com clérigos anglicanos para ter o sacramento da Reconciliação.
Durante a Segunda Guerra Mundial, C.S. Lewis foi convidado para dar diversas palestras na rádio da BBC, famosa emissora do governo britânico. A intenção era levar palavras de esperança para os cidadãos do Reino Unido.
Destas palestras surgiu um dos principais livros de C.S. Lewis: Cristianismo puro e simples. O início é voltado para a filosofia, o autor aborda o cristianismo a partir de uma perspectiva simples, um olhar aberto à realidade, sem falar de religião.
Depois, ele gradualmente aborda sobre como o sobrenatural se relaciona de maneira orgânica com a realidade cotidiana. Em um dos trechos da obra, ele diz:
“Meu argumento contra Deus era o de que o universo parecia injusto e cruel. No entanto, de onde eu tirei essa ideia de justo e injusto?”
O livro aborda o cristianismo e a filosofia de forma simples, para todos entenderem. De suas palestras, meditações e defesa do cristianismo, diversas obras surgiram.
Os principais livros cristãos feitos por Lewis foram:
Dentre suas obras e suas palestras, Lewis proclamou frases icônicas que marcaram gerações. Algumas das principais frases de C.S. Lewis são:
“Conhecer a Deus é como refletir a luz do sol. Embora Deus não tenha favoritos, não pode se refletir num espelho coberto de pó com a mesma luminosidade com que se reflete num espelho limpo”.
“Se você está à procura de uma religião que o deixe confortável, definitivamente eu não lhe aconselharia o cristianismo”.
“Para quem está na estrada errada, progredir é dar meia volta e retornar à direção correta”.
“A privação é uma parte integral e universal da nossa experiência no amor”.
“Quando o cristianismo alega que Deus ama o homem, significa que Deus ama o homem. Em tremenda e espantosa verdade, somos objeto de seu amor. Trata-se do próprio fogo consumidor, o amor que criou o mundo e é tão persistente como o amor do artista por sua obra”.
“O sofrimento é o megafone de Deus para um mundo ensurdecido”.
“Pensava que nós seguíamos caminhos já feitos, mas parece que não os há. O nosso ir faz o caminho”.
“Quão monotonamente iguais têm sido todos os grandes tiranos e conquistadores; quão gloriosamente diferentes todos os santos”.
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